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quinta-feira, 22 de outubro de 2015

«Deixo-vos a paz, a Minha paz vos dou» (Jo 14, 27)

Carta aos Romanos 6,19-23.

Irmãos: Falo com linguagem humana, por causa da vossa fraqueza: Assim como entregastes os vossos membros como escravos ao serviço da impureza e da desordem, que conduz à revolta contra Deus, colocai agora os vossos membros ao serviço da justiça, que conduz à santidade.
Na verdade, quando éreis escravos do pecado, éreis livres em relação à justiça.
Mas que fruto colhestes então dessas obras de que atualmente vos envergonhais? De facto, o seu fim é a morte.
Mas agora, libertos do pecado e tornados servos de Deus, produzis o fruto que conduz à santificação, cujo fim é a vida eterna.
Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, em Jesus Cristo, nosso Senhor.



Livro de Salmos 1,1-2.3.4.6. 

Feliz o homem que não segue o conselho dos ímpios,
nem se detém no caminho dos pecadores,
mas antes se compraz na lei do Senhor,
e nela medita dia e noite.

É como árvore plantada à beira das águas:
dá fruto a seu tempo
e sua folhagem não murcha.
Tudo quanto fizer será bem sucedido.

Bem diferente é a sorte dos ímpios:
são como palha que o vento leva.
O Senhor vela pelo caminho dos justos,
mas o caminho dos pecadores leva à perdição.




Evangelho segundo S. Lucas 12,49-53. 

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Eu vim trazer o fogo à terra e que quero Eu senão que ele se acenda?
Tenho de receber um batismo e estou ansioso até que ele se realize.
Pensais que Eu vim estabelecer a paz na terra? Não. Eu vos digo que vim trazer a divisão.
A partir de agora, estarão cinco divididos numa casa: três contra dois e dois contra três.
Estarão divididos o pai contra o filho e o filho contra o pai, a mãe contra a filha e a filha contra a mãe, a sogra contra a nora e a nora contra a sogra».

«Deixo-vos a paz, a Minha paz vos dou» (Jo 14, 27)

«Pensais que vim trazer a paz ao mundo?» É como se Cristo dissesse: «Não penseis que vim dar aos homens a paz segundo a carne e segundo este mundo, uma paz sem regras, que lhes permitisse viver em harmonia no mal, e lhes garantisse a prosperidade neste mundo. Não, digo-vos, não vim trazer uma paz deste género, mas a divisão, uma boa e salutar separação entre os espíritos e mesmo entre os corpos. Assim, porque amam a Deus e procuram a paz interior, aqueles que acreditam em Mim estarão naturalmente em desacordo com os maus; separar-se-ão daqueles que tentam desviá-los do progresso espiritual e da pureza do amor divino, ou que se esforçam por lhes criar dificuldades.»

Assim, pois, a paz espiritual, a paz interior, a paz boa é a tranquilidade da alma em Deus, e a boa harmonia segundo a justiça. Foi esta paz que Cristo veio trazer. [...] A paz interior, que tem origem no amor, consiste numa alegria inalterável da alma que se encontra em Deus. Chamamos-lhe paz do coração. É ela o começo e um certo antegosto da paz dos santos que se encontram na pátria, da paz da eternidade.


domingo, 20 de setembro de 2015

«Se alguém quiser ser o primeiro, há-de ser o último de todos e o servo de todos.» Evangelho segundo S. Marcos 9,30-37.



Livro de Sabedoria 2,12.17-20. 

Disseram os ímpios: «Armemos ciladas ao justo, porque nos incomoda e se opõe às nossas obras; censura-nos as transgressões à lei e repreende-nos as faltas de educação.
Vejamos se as suas palavras são verdadeiras, observemos como é a sua morte.
Porque, se o justo é filho de Deus, Deus o protegerá e o livrará das mãos dos seus adversários.
Provemo-lo com ultrajes e torturas, para conhecermos a sua mansidão e apreciarmos a sua paciência.
Condenemo-lo à morte infame, porque, segundo diz, Alguém virá socorrê-lo.



Livro de Salmos 54(53),3-4.5.6.8. 

Senhor, salvai-me pelo vosso nome,
pelo vosso poder fazei-me justiça.
Senhor, ouvi a minha oração,
atendei às palavras da minha boca.

Levantaram-se contra mim os arrogantes,
e os violentos atentaram contra a minha vida.
Não têm a Deus na sua presença.
Deus vem em meu auxílio,

o Senhor sustenta a minha vida.
De bom grado oferecerei sacrifícios,
cantarei a glória do vosso nome, Senhor.




Carta de S. Tiago 3,16-18.4,1-3. 

Caríssimos: Onde há inveja e rivalidade, também há desordem e toda a espécie de más ações.
Mas a sabedoria que vem do alto é pura, pacífica, compreensiva e generosa, cheia de misericórdia e de boas obras, imparcial e sem hipocrisia.
O fruto da justiça semeia-se na paz, para aqueles que praticam a paz.
De onde vêm as guerras? De onde procedem os conflitos entre vós? Não é precisamente das paixões que lutam nos vossos membros?
Cobiçais e nada conseguis: então assassinais. Sois invejosos e não podeis obter nada: então entrais em conflitos e guerras. Nada tendes, porque nada pedis.
Pedis e não recebeis, porque pedis mal, pois o que pedis é para satisfazer as vossas paixões.



Evangelho segundo S. Marcos 9,30-37. 

Naquele tempo, Jesus e os seus discípulos caminhavam através da Galileia. Jesus não queria que ninguém o soubesse,
porque ensinava os discípulos, dizendo-lhes: «O Filho do homem vai ser entregue às mãos dos homens, que vão matá-l’O; mas Ele, três dias depois de morto, ressuscitará».
Os discípulos não compreendiam aquelas palavras e tinham medo de O interrogar.
Quando chegaram a Cafarnaum e já estavam em casa, Jesus perguntou-lhes: «Que discutíeis no caminho?».
Eles ficaram calados, porque tinham discutido uns com os outros sobre qual deles era o maior.
Então, Jesus sentou-Se, chamou os Doze e disse-lhes: «Quem quiser ser o primeiro será o último de todos e o servo de todos».
E, tomando uma criança, colocou-a no meio deles, abraçou-a e disse-lhes:
«Quem receber uma destas crianças em meu nome é a Mim que recebe; e quem Me receber não Me recebe a Mim, mas Àquele que Me enviou».

«Se alguém quiser ser o primeiro, há-de ser o último de todos e o servo de todos.»

Lembra-te deste provérbio: «Deus resiste aos soberbos e dá a graça aos humildes» (Jo 4,6). Tem presente a palavra do Senhor: «Quem se exaltar será humilhado e quem se humilhar será exaltado» (Mt 23,12). Se achas que tens alguma coisa boa, reconhece-a, mas sem esquecer as tuas faltas; não te engrandeças com o bem que hoje fizeste, nem esqueças o mal recente ou passado; se o presente é para ti motivo de glória, lembra-te do passado e assim destruirás esse estúpido abcesso!

Se vês o teu próximo pecar, não consideres mais do que a falta cometida e pensa também no bem que ele faz ou fez; muitas vezes descobrirás que é melhor do que tu, se examinares o conjunto da tua vida e não te prenderes a coisas fragmentárias, porque Deus não examina assim o homem. Lembremo-nos disso muitas vezes, para nos preservarmos do orgulho, abaixando-nos, para sermos elevados.

Imitemos o Senhor, que desceu do céu até ao aniquilamento total. [...] Mas, depois de tal aniquilamento, fez resplandecer a sua glória, glorificando com Ele aqueles que com Ele tinham sido desprezados. Tais eram, com efeito, os primeiros discípulos que, pobres e nus, percorreram o universo sem palavras de sabedoria nem séquitos faustosos, mas sós, errantes e sofredores, vagabundos por terra e por mar, vergastados, apedrejados, perseguidos e, finalmente, levados à morte. Tais são os divinos ensinamentos do nosso Pai. Imitemo-los para chegarmos também à glória eterna, ao perfeito e verdadeiro dom de Cristo.




domingo, 13 de setembro de 2015

«Siga-Me.» Evangelho segundo S. Marcos 8,27-35.



Livro de Isaías 50,5-9a. 

O Senhor Deus abriu-me os ouvidos, e eu não resisti nem recuei um passo.
Apresentei as costas àqueles que me batiam e a face aos que me arrancavam a barba; não desviei o meu rosto dos que me insultavam e cuspiam.
Mas o Senhor Deus veio em meu auxílio e por isso não fiquei envergonhado; tornei o meu rosto duro como pedra e sei que não ficarei desiludido.
O meu advogado está perto de mim. Pretende alguém instaurar-me um processo? Compareçamos juntos. Quem é o meu adversário? Que se apresente!
O Senhor Deus vem em meu auxílio. Quem ousará condenar-me?



Livro de Salmos 116(114),1-2.3-4.5-6.8-9.

Amo o Senhor, porque ouviu a voz da minha súplica.
Ele me atendeu,
no dia em que O invoquei.
Apertaram-me os laços da morte,

caíram sobre mim as angústias do além,
vi-me na aflição e na dor.
Então invoquei o Senhor:
«Senhor, salvai a minha alma».

Justo e compassivo é o Senhor,
o nosso Deus é misericordioso.
O Senhor guarda os simples:
estava sem forças e o Senhor salvou-me.

Livrou da morte a minha alma,
das lágrimas os meus olhos, da queda os meus pés.
Andarei na presença do Senhor,
sobre a terra dos vivos.




Carta de S. Tiago 2,14-18.

Irmãos: De que serve a alguém dizer que tem fé, se não tem obras? Poderá essa fé obter-lhe a salvação?
Se um irmão ou uma irmã não tiverem que vestir e lhes faltar o alimento de cada dia,
e um de vós lhes disser: «Ide em paz. Aquecei-vos bem e saciai-vos», sem lhes dar o necessário para o corpo, de que lhes servem as vossas palavras?
Assim também a fé sem obras está completamente morta.
Mas dirá alguém: «Tu tens a fé e eu tenho as obras». Mostra-me a tua fé sem obras, que eu, pelas obras, te mostrarei a minha fé.



Evangelho segundo S. Marcos 8,27-35. 

Naquele tempo, Jesus partiu com os seus discípulos para as povoações de Cesareia de Filipe. No caminho, fez-lhes esta pergunta: «Quem dizem os homens que Eu sou?».
Eles responderam: «Uns dizem João Baptista; outros, Elias; e outros, um dos profetas».
Jesus então perguntou-lhes: «E vós, quem dizeis que Eu sou?». Pedro tomou a palavra e respondeu: «Tu és o Messias».
Ordenou-lhes então severamente que não falassem d’Ele a ninguém.
Depois, começou a ensinar-lhes que o Filho do homem tinha de sofrer muito, de ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos escribas; de ser morto e ressuscitar três dias depois.
E Jesus dizia-lhes claramente estas coisas. Então, Pedro tomou-O à parte e começou a contestá-l’O.
Mas Jesus, voltando-Se e olhando para os discípulos, repreendeu Pedro, dizendo: «Vai-te, Satanás, porque não compreendes as coisas de Deus, mas só as dos homens».
E, chamando a multidão com os seus discípulos, disse-lhes: «Se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me.
Na verdade, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; mas quem perder a vida, por causa de Mim e do Evangelho, salvá-la-á».

«Siga-Me.»

Quando o Senhor nos diz no evangelho: «Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo», achamos que Ele nos manda fazer uma coisa difícil, e consideramos que nos impõe um fardo pesado. Mas se Aquele que manda nos ajudar a realizar aquilo que manda, deixa de ser difícil cumpri-lo. […]

Para onde devemos seguir a Cristo senão para onde Ele foi? Ora, nós sabemos que Ele ressuscitou e subiu aos céus; é para aí que temos de O seguir. Não devemos deixar-nos tomar pelo desespero porque, se é verdade que nada podemos por nós mesmos, também é certo que contamos com a promessa de Cristo. O céu estava longe de nós antes de a nossa Cabeça ter ascendido até ele. A partir de agora, se somos membros do corpo a que esta Cabeça pertence (Col 1,18), porque havemos de desesperar de chegar ao céu? Se nesta terra são muitas as preocupações e os sofrimentos que nos afligem, sigamos a Cristo, em quem se encontram a felicidade perfeita, a paz suprema e a tranquilidade eterna.

Mas o homem desejoso de seguir a Cristo tem de ouvir esta palavra do apóstolo João: «Aquele que diz que está nele deve também andar como Ele andou» (1Jo 2,6). Queres seguir a Cristo? Sê humilde, como Ele foi humilde. Queres juntar-te a Ele nas alturas? Não desprezes o seu abatimento.




terça-feira, 1 de setembro de 2015

«Que palavra esta! Ordena com autoridade e poder» Evangelho segundo S. Lucas 4,31-37.




1ª Carta aos Tessalonicenses 5,1-6.9-11.

Irmãos: Sobre o tempo e a ocasião da vinda do Senhor, não precisais que vos escreva,
pois vós próprios sabeis perfeitamente que o dia do Senhor vem como um ladrão noturno.
E quando disserem: «Paz e segurança», é então que subitamente cairá sobre eles a ruína, como as dores da mulher que está para ser mãe, e não poderão escapar.
Mas vós, irmãos, não andais nas trevas, de modo que esse dia vos surpreenda como um ladrão,
porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia: nós não somos da noite nem das trevas.
Por isso, não durmamos como os outros, mas permaneçamos vigilantes e sóbrios.
Deus não nos destinou para sofrermos a sua ira, mas para alcançarmos a salvação por Nosso Senhor Jesus Cristo,
que morreu por nós, a fim de que, velando ou dormindo, vivamos em união com Ele.
Por isso, animai-vos mutuamente e edificai-vos uns aos outros, como já fazeis.



Livro de Salmos 27(26),1.4.13-14.

O Senhor é minha luz e salvação:
a quem hei-de temer?
O Senhor é a defesa da minha vida:
de quem hei-de ter medo?

Uma coisa peço ao Senhor, por ela anseio:
habitar na casa do Senhor todos os dias da minha vida,
para gozar da suavidade do Senhor
e visitar o seu santuário.

Espero vir a contemplar a bondade do Senhor
na terra dos vivos.
Confia no Senhor, sê forte.
Tem coragem e confia no Senhor.






Evangelho segundo S. Lucas 4,31-37.

Naquele tempo, Jesus desceu a Cafarnaum, cidade da Galileia, e ali ensinava aos sábados.
Todos se maravilhavam com a sua doutrina, porque falava com autoridade.
Encontrava-se então na sinagoga um homem que tinha um espírito de demónio impuro, que bradou com voz forte:
«Ah! Que tens que ver connosco, Jesus de Nazaré? Vieste para nos destruir? Eu sei quem Tu és: o Santo de Deus».
Disse-lhe Jesus em tom severo: «Cala-te e sai desse homem». O demónio, depois de o ter arremessado para o meio dos presentes, saiu dele sem lhe fazer mal nenhum.
Todos se encheram de assombro e diziam entre si: «Que palavra esta! Ordena com autoridade e poder aos espíritos impuros e eles saem!».
E a fama de Jesus espalhava-se por todos os lugares da região.

«Que palavra esta! Ordena com autoridade e poder»

«A Palavra de Deus é viva e eficaz, mais afiada que uma espada de dois gumes» (Heb 4,12). [...] Ela age na criação do mundo, na condução do mundo e na sua redenção. Com efeito, não há coisa mais eficaz nem mais forte: «quem poderia dizer o seu poder e celebrar todos os seus louvores?» (Sl 105,2)

A eficácia da Palavra manifesta-se nas suas obras e manifesta-se também na pregação. Ela não regressa a Deus sem ter produzido o seu efeito, mas aproveita a todos aqueles a quem é enviada (Is 55,11). Ela é «eficaz, mais afiada que uma espada de dois gumes» quando é recebida com fé e amor. Nada é impossível para quem crê, nada é difícil para quem ama. Quando as palavras de Deus ressoam, elas trespassam o coração do crente «como as flechas agudas de um guerreiro» (Sl 119,4). Entram nele como dardos e fixam-se nas suas profundezas mais íntimas. Sim, esta Palavra é mais afiada do que uma espada de dois gumes, porque é mais incisiva do que qualquer outra força ou qualquer poder, mais subtil do que qualquer habilidade do génio humano, mais penetrante do que qualquer reflexão sábia da palavra humana.



domingo, 23 de agosto de 2015

«As palavras que vos disse são espírito e são vida»



Livro de Josué 24,1-2a.15-17.18b.

Naqueles dias, Josué reuniu todas as tribos de Israel em Siquém. Convocou os anciãos de Israel, os chefes, os juízes e os magistrados, que se apresentaram diante de Deus.
Josué disse então a todo o povo:
«Se não vos agrada servir o Senhor, escolhei hoje a quem quereis servir: se os deuses que os vossos pais serviram no outro lado do rio, se os deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha família serviremos o Senhor».
Mas o povo respondeu: «Longe de nós abandonar o Senhor para servir outros deuses;
porque o Senhor é o nosso Deus, que nos fez sair, a nós e a nossos pais, da terra do Egipto, da casa da escravidão. Foi Ele que, diante dos nossos olhos, realizou tão grandes prodígios e nos protegeu durante o caminho que percorremos entre os povos por onde passámos.
Também nós queremos servir o Senhor, porque Ele é o nosso Deus».



Livro de Salmos 34(33),2-3.16-17.18-19.20-21.22-23.


A toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.

A minha alma gloria-se no Senhor:
escutem e alegrem-se os humildes.


Os olhos do Senhor estão voltados para os justos
e os ouvidos atentos aos seus rogos.

A face do Senhor volta-se contra os que fazem o mal,
para apagar da terra a sua memória.


Os justos clamaram e o Senhor os ouviu,
livrou-os de todas as suas angústias.

O Senhor está perto dos que têm o coração atribulado
e salva os de ânimo abatido.


Muitas são as tribulações do justo,
mas de todas elas o livra o Senhor.

Guarda todos os seus ossos,
nem um só será quebrado.


A maldade leva o ímpio à morte,
os inimigos do justo serão castigados.

O Senhor defende a vida dos seus servos,
não serão castigados os que n’Ele se refugiam.





Carta aos Efésios 5,21-32.

Sede submissos uns aos outros no temor de Cristo.
As mulheres submetam-se aos maridos como ao Senhor,
porque o marido é a cabeça da mulher, como Cristo é a cabeça da Igreja, seu Corpo, do qual é o Salvador.
Ora, como a Igreja se submete a Cristo, assim também as mulheres se devem submeter em tudo aos maridos.
Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e Se entregou por ela.
Ele quis santificá-la, purificando-a no batismo da água pela palavra da vida,
para a apresentar a Si mesmo como Igreja cheia de glória, sem mancha nem ruga, nem coisa alguma semelhante, mas santa e imaculada.
Assim devem os maridos amar as suas mulheres, como os seus corpos. Quem ama a sua mulher ama-se a si mesmo.
Ninguém, de facto, odiou jamais o seu corpo, antes o alimenta e lhe presta cuidados, como Cristo à Igreja; porque nós somos membros do seu Corpo.
Por isso, o homem deixará pai e mãe, para se unir à sua mulher, e serão dois numa só carne.
É grande este mistério, digo-o em relação a Cristo e à Igreja.





Evangelho segundo S. João 6,60-69. 

Naquele tempo, muitos discípulos, ao ouvirem Jesus, disseram: «Estas palavras são duras. Quem pode escutá-las?».
Jesus, conhecendo interiormente que os discípulos murmuravam por causa disso, perguntou-lhes: «Isto escandaliza-vos?
E se virdes o Filho do homem subir para onde estava anteriormente?
O espírito é que dá vida, a carne não serve de nada. As palavras que Eu vos disse são espírito e vida.
Mas, entre vós, há alguns que não acreditam». Na verdade, Jesus bem sabia, desde o início, quais eram os que não acreditavam e quem era aquele que O havia de entregar.
E acrescentou: «Por isso é que vos disse: Ninguém pode vir a Mim, se não lhe for concedido por meu Pai».
A partir de então, muitos dos discípulos afastaram-se e já não andavam com Ele.
Jesus disse aos Doze: «Também vós quereis ir embora?».
Respondeu-Lhe Simão Pedro: «Para quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna.
Nós acreditamos e sabemos que Tu és o Santo de Deus».

«As palavras que vos disse são espírito e são vida»

«Tomai e comei», disse Jesus, «isto é o meu corpo entregue por vós» (cf 1Cor 11,24). Porque é que os discípulos não ficaram perturbados quando ouviram estas palavras? Porque Cristo já lhes havia dito muitas coisas sobre este assunto (Jo 6). [...] Tenhamos, nós também, plena confiança em Deus. Não apresentemos objecções, mesmo quando o que Ele diz parece contrário aos nossos raciocínios e ao que vemos. Que a sua palavra seja dona da nossa razão e mesmo da nossa vista. Assumamos esta atitude perante os mistérios sagrados: não vejamos neles apenas o que pode ser apreendido pelos nossos sentidos, mas tenhamos sobretudo em conta as palavras do Senhor. A sua palavra nunca nos pode enganar, ao passo que os nossos sentidos nos enganam facilmente; Ela nunca erra, mas eles erram frequentemente. Quando o Verbo diz: «Isto é o meu corpo», confiemos nele, acreditemos e contemplemo-Lo com os olhos do espírito. [...]

Quantos dizem hoje: «Gostaria de ver Cristo em pessoa, o seu rosto, as suas vestes, as suas sandálias.» Pois bem, na Eucaristia, é Ele que vês, que tocas, que recebes! Desejavas ver as suas vestes; e é Ele que Se dá a ti, não apenas para O veres, mas para O tocares, O receberes, O acolheres no teu coração. Que ninguém se aproxime, pois, com indiferença ou frouxidão, mas que todos venham a Ele animados de um amor ardente.



segunda-feira, 17 de agosto de 2015

«Terás um tesouro nos céus» Evangelho segundo S. Mateus 19,16-22.



Livro de Juízes 2,11-19.

Naqueles dias, os filhos de Israel procederam mal aos olhos do Senhor e prestaram culto aos ídolos. 
Abandonaram o Senhor, Deus dos seus pais, que os tinha feito sair da terra do Egipto, e seguiram outros deuses dos povos vizinhos; adoraram-nos e provocaram a indignação do Senhor. 
Abandonaram o Senhor e prestaram culto a Baal e a Astarté. 
A ira do Senhor inflamou-se contra os israelitas. O Senhor deixou-os à mercê de salteadores que os saquearam, entregou-os nas mãos dos inimigos que os rodeavam e a quem nunca mais puderam resistir. 
Em todas as suas expedições, a mão do Senhor estava contra eles, como o Senhor tinha dito e jurado. E assim se viram na maior aflição. 
Então o Senhor suscitava juízes, que livravam os israelitas das mãos dos salteadores. 
Mas eles nem sequer escutavam os juízes: prostituíam-se no culto de outros deuses e prostravam-se diante deles. Depressa se desviaram do caminho que seus pais tinham seguido, na obediência aos mandamentos do Senhor. Mas eles não os imitavam. 
Quando o Senhor lhes suscitava um juiz, o Senhor estava com o juiz. Salvava-os das mãos dos inimigos durante o tempo em que o juiz vivia, porque o Senhor compadecia-Se quando eles gemiam por causa dos seus opressores e tiranos. 
Mas quando o juiz morria, voltavam a corromper-se mais do que os seus pais, seguindo outros deuses, prestando-lhes culto e prostrando-se diante deles, sem abandonarem as suas más ações nem o seu comportamento perverso. 



Livro de Salmos 106(105),34-35.36-37.39-40.43ab.44. 

Não exterminaram os povos, 
como o Senhor lhes tinha mandado, 
mas misturaram-se com os pagãos 
e imitaram os seus costumes. 

Prestaram culto aos seus ídolos, 
que foram para eles uma armadilha; 
e imolaram seus filhos 
e suas filhas aos demónios. 

Contaminaram-se com as suas próprias obras, prostituíram-se com seus crimes. 
Por isso se inflamou a ira do Senhor contra o seu povo 
e Ele abominou a sua herança. 
Muitas vezes Deus os libertou, 

mas eles mostraram-se rebeldes nos seus caprichos 
e mergulharam sempre mais na sua maldade. 
Contudo, Ele reparou na sua aflição 
e ouviu os seus lamentos.  





Evangelho segundo S. Mateus 19,16-22. 

Naquele tempo, aproximou-se de Jesus um jovem que Lhe perguntou: «Mestre, que hei-de fazer de bom, para alcançar a vida eterna?»
Jesus respondeu-lhe: «Porque Me interrogas sobre o que é bom? Bom é um só. Mas se queres entrar na vida, guarda os mandamentos».
Ele perguntou: «Que mandamentos?». Jesus respondeu-lhe: «Não matarás, não cometerás adultério; não furtarás; não levantarás falso testemunho;
honra pai e mãe; ama o teu próximo como a ti mesmo».
Disse-lhe o jovem: «Tudo isso tenho eu guardado. Que me falta ainda?».
Jesus respondeu-lhe: «Se queres ser perfeito, vende o que tens e dá-o aos pobres e terás um tesouro nos Céus. Depois vem e segue-Me».
Ao ouvir estas palavras, o jovem retirou-se entristecido, porque tinha muitos bens.

«Terás um tesouro nos céus»

Que ninguém diga, ao ver como outros deixam grandes bens: «Gostaria de imitar aqueles que assim se desprendem do mundo, mas não tenho nada para deixar.» Deixais muito, meus irmãos, quando renunciais aos desejos terrenos. Com efeito, os nossos bens exteriores, mesmo sendo pequenos, são suficientes aos olhos do Senhor, pois Ele vê o coração e não a fortuna. Ele não pesa o valor mercantil do sacrifício, mas a intenção daquele que o oferece. [...] O Reino de Deus não tem preço e, no entanto, para ti custa exactamente aquilo que tens. [...] A Pedro e a André custou o abandono duma barca e dumas redes;  à viúva, duas pequenas moedas; a outro, um copo de água fresca (Mt l0,42). O Reino de Deus, como dissemos, custa aquilo que tens. Vedes, meus irmãos, como é fácil adquiri-lo e precioso possuí-lo?

Mas talvez nem tenhas um copo de água fresca a oferecer ao pobre que dela necessita. Mesmo então, a Palavra de Deus pacifica-nos. [...] «Paz na terra aos homens de boa vontade» (Lc 2,l4). [...] Ainda que exteriormente não tenha nada para Te oferecer, ó meu Deus, em mim mesmo encontro o que colocarei sobre o altar para teu louvor. Tu comprazes-Te com as ofertas do coração.




domingo, 16 de agosto de 2015

A Alegria de San Paulo (2 Coríntios 7)



2 Concedam-nos lugar no coração de vocês. A ninguém prejudicamos, a ninguém causamos dano, a ninguém exploramos. 3 Não digo isso para condená-los; já lhes disse que vocês estão em nosso coração para juntos morrermos ou vivermos. 4 Tenho grande confiança em vocês, e de vocês tenho muito orgulho. Sinto-me bastante encorajado; minha alegria transborda em todas as tribulações.

5 Pois, quando chegamos à Macedônia, não tivemos nenhum descanso, mas fomos atribulados de toda forma: conflitos externos, temores internos. 6 Deus, porém, que consola os abatidos, consolou-nos com a chegada de Tito, 7 e não apenas com a vinda dele, mas também com a consolação que vocês lhe deram. Ele nos falou da saudade, da tristeza e da preocupação de vocês por mim, de modo que a minha alegria se tornou ainda maior.

8 Mesmo que a minha carta lhes tenha causado tristeza, não me arrependo. É verdade que a princípio me arrependi, pois percebi que a minha carta os entristeceu, ainda que por pouco tempo. 9 Agora, porém, me alegro, não porque vocês foram entristecidos, mas porque a tristeza os levou ao arrependimento. Pois vocês se entristeceram como Deus desejava, e de forma alguma foram prejudicados por nossa causa. 10 A tristeza segundo Deus não produz remorso, mas sim um arrependimento que leva à salvação, e a tristeza segundo o mundo produz morte. 11 Vejam o que esta tristeza segundo Deus produziu em vocês: que dedicação, que desculpas, que indignação, que temor, que saudade, que preocupação, que desejo de ver a justiça feita! Em tudo vocês se mostraram inocentes a esse respeito. 12 Assim, se lhes escrevi, não foi por causa daquele que cometeu o erro nem daquele que foi prejudicado, mas para que diante de Deus vocês pudessem ver por si próprios como são dedicados a nós. 13 Por isso tudo fomos revigorados.

Além de encorajados, ficamos mais contentes ainda ao ver como Tito estava alegre, porque seu espírito recebeu refrigério de todos vocês. 14 Eu lhe tinha dito que estava orgulhoso de vocês, e vocês não me decepcionaram. Da mesma forma como era verdade tudo o que lhes dissemos, o orgulho que temos de vocês diante de Tito também mostrou-se verdadeiro. 15 E a afeição dele por vocês fica maior ainda, quando lembra que todos vocês foram obedientes, recebendo-o com temor e tremor. 16 Alegro-me por poder ter plena confiança em vocês.




«Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em Mim e Eu nele.» Evangelho segundo S. João 6,51-58.




Livro de Provérbios 9,1-6. 

A Sabedoria edificou a sua casa e levantou sete colunas.
Abateu os seus animais, preparou o vinho e pôs a mesa.
Enviou as suas servas a proclamar nos pontos mais altos da cidade:
«Quem é inexperiente venha por aqui». E aos insensatos ela diz:
«Vinde comer do meu pão e beber do vinho que vos preparei.
Deixai a insensatez e vivereis; segui o caminho da prudência».



Livro de Salmos 34(33),2-3.10-11.12-13.14-15. 

A toda a hora bendirei o Senhor, 
o seu louvor estará sempre na minha boca. 
A minha alma gloria-se no Senhor: 
escutem e alegrem-se os humildes. 

Temei o Senhor, vós os seus fiéis, 
porque nada falta aos que O temem. 
Os poderosos empobrecem e passam fome, 
aos que procuram o Senhor não faltará riqueza alguma. 

Vinde, filhos, escutai-me, 
vou ensinar-vos o temor do Senhor. 
Qual é o homem que ama a vida, 
que deseja longos dias de felicidade? 

Guarda do mal a tua língua 
e da mentira os teus lábios. 
Evita o mal e faz o bem, 
procura a paz e segue os seus passos. 




Carta aos Efésios 5,15-20. 

Irmãos: Vede bem como procedeis. Não vivais como insensatos, mas como pessoas inteligentes.
Aproveitai bem o tempo, porque os dias que correm são maus.
Por isso não sejais irrefletidos, mas procurai compreender qual é a vontade do Senhor.
Não vos embriagueis com o vinho, que é causa de luxúria, mas enchei-vos do Espírito Santo,
recitando entre vós salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e salmodiando em vossos corações,
dando graças, por tudo e em todo o tempo, a Deus Pai, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.





Evangelho segundo S. João 6,51-58. 

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «Eu sou o pão vivo que desceu do Céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que Eu hei-de dar é minha carne, que Eu darei pela vida do mundo».
Os judeus discutiam entre si: «Como pode Ele dar-nos a sua carne a comer?».
E Jesus disse-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós.
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia.
A minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida.
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em Mim e Eu nele.
Assim como o Pai, que vive, Me enviou e Eu vivo pelo Pai, também aquele que Me come viverá por Mim.
Este é o pão que desceu do Céu; não é como o dos vossos pais, que o comeram e morreram: quem comer deste pão viverá eternamente».

«Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em Mim e Eu nele.»

O sacrifício celeste instituído por Cristo é verdadeiramente a herança legada pelo seu novo testamento; Ele deixou-no-la na noite em que ia ser entregue para ser crucificado, como garante da sua presença. Ele é o viático da nossa viagem, o nosso alimento no caminho da vida, até chegarmos à outra Vida, depois de deixarmos este mundo. Era por isso que o Senhor dizia: «Se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós.»

Ele quis que os seus benefícios permanecessem entre nós; quis que as almas resgatadas pelo seu sangue precioso fossem sempre santificadas à imagem da sua própria Paixão. Foi por essa razão que ordenou aos seus discípulos fiéis, que estabeleceu como primeiros sacerdotes da sua Igreja, que celebrassem estes mistérios de vida eterna. [...] Com efeito, a multidão dos fiéis devia ter todos os dias diante dos olhos a representação da Paixão de Cristo; tendo-a nas mãos, recebendo-a na boca e no coração, ficaremos com uma recordação indelével da nossa redenção.

É preciso que o pão seja feito com a farinha de numerosos grãos de fermento misturada com água, e que receba do fogo o seu acabamento. Aí temos, então, uma imagem semelhante ao corpo de Cristo, pois sabemos que Ele forma um só corpo com a multidão dos homens, que recebeu o seu acabamento do fogo do Espírito Santo. [...] Do mesmo modo, o vinho do seu sangue é extraído de diversos cachos de uvas, isto é, de uvas da vinha plantada por Ele, esmagadas sob o peso da cruz; vertido no coração dos fiéis, aí borbulha pelo seu próprio poder.

É este o sacrifício da Páscoa, que traz a salvação a todos os que foram libertados da escravatura do Egipto e do Faraó, isto é, do demónio. Recebei-o em união connosco, com a avidez de um coração religioso.



sábado, 15 de agosto de 2015

Os Fracos e os Fortes (Romanos 14)




14 Aceitem o que é fraco na fé, sem discutir assuntos controvertidos. Um crê que pode comer de tudo; já outro, cuja fé é fraca, come apenas alimentos vegetais. Aquele que come de tudo não deve desprezar o que não come, e aquele que não come de tudo não deve condenar aquele que come, pois Deus o aceitou. Quem é você para julgar o servo alheio? É para o seu senhor que ele está em pé ou cai. E ficará em pé, pois o Senhor é capaz de o sustentar.
Há quem considere um dia mais sagrado que outro; há quem considere iguais todos os dias. Cada um deve estar plenamente convicto em sua própria mente. Aquele que considera um dia como especial, para o Senhor assim o faz. Aquele que come carne, come para o Senhor, pois dá graças a Deus; e aquele que se abstém, para o Senhor se abstém, e dá graças a Deus. Pois nenhum de nós vive apenas para si, e nenhum de nós morre apenas para si.Se vivemos, vivemos para o Senhor; e, se morremos, morremos para o Senhor. Assim, quer vivamos, quer morramos, pertencemos ao Senhor.
Por esta razão Cristo morreu e voltou a viver, para ser Senhor de vivos e de mortos. 10 Portanto, você, por que julga seu irmão? E por que despreza seu irmão? Pois todos compareceremos diante do tribunal de Deus. 11 Porque está escrito:
“‘Por mim mesmo jurei’,
    diz o Senhor,
‘diante de mim
    todo joelho se dobrará
e toda língua confessará
    que sou Deus’”.
12 Assim, cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus.

13 Portanto, deixemos de julgar uns aos outros. Em vez disso, façamos o propósito de não colocar pedra de tropeço ou obstáculo no caminho do irmão.14 Como alguém que está no Senhor Jesus, tenho plena convicção de que nenhum alimento é por si mesmo impuro, a não ser para quem assim o considere; para ele é impuro. 15 Se o seu irmão se entristece devido ao que você come, você já não está agindo por amor. Por causa da sua comida, não destrua seu irmão, por quem Cristo morreu. 16 Aquilo que é bom para vocês não se torne objeto de maledicência. 17 Pois o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo; 18 aquele que assim serve a Cristo é agradável a Deus e aprovado pelos homens.
19 Por isso, esforcemo-nos em promover tudo quanto conduz à paz e à edificação mútua. 20 Não destrua a obra de Deus por causa da comida. Todo alimento é puro, mas é errado comer qualquer coisa que faça os outros tropeçarem. 21 É melhor não comer carne nem beber vinho, nem fazer qualquer outra coisa que leve seu irmão a cair.
22 Assim, seja qual for o seu modo de crer a respeito destas coisas, que isso permaneça entre você e Deus. Feliz é o homem que não se condena naquilo que aprova. 23 Mas aquele que tem dúvida é condenado se comer, porque não come com fé; e tudo o que não provém da fé é pecado.


sexta-feira, 14 de agosto de 2015

A arca da Nova Aliança entra no Templo celeste (1Rs 8; Ap 11,19) Evangelho segundo S. Lucas 1,39-56.



Livro do Apocalipse 11,19a.12,1-6a.10ab.

O templo de Deus abriu-se no Céu e a arca da aliança foi vista no seu templo.
Apareceu no Céu um sinal grandioso: uma mulher revestida de sol, com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça.
Estava para ser mãe e gritava com as dores e ânsias da maternidade.
E apareceu no Céu outro sinal: um enorme dragão cor de fogo, com sete cabeças e dez chifres e nas cabeças sete diademas.
A cauda arrastava um terço das estrelas do céu e lançou-as sobre a terra. O dragão colocou-se diante da mulher que estava para ser mãe, para lhe devorar o filho, logo que nascesse.
Ela teve um filho varão, que há-de reger todas as nações com cetro de ferro. O filho foi levado para junto de Deus e do seu trono
e a mulher fugiu para o deserto, onde Deus lhe tinha preparado um lugar.
E ouvi uma voz poderosa que clamava no Céu:
«Agora chegou a salvação, o poder e a realeza do nosso Deus e o domínio do seu Ungido».



Livro de Salmos 45(44),10bc.11.12ab.16. 

Ao teu encontro vêm filhas de reis,
à tua direita está a rainha ornada com ouro de Ofir.
Ouve, minha filha, vê e presta atenção,
esquece o teu povo e a casa de teu pai.

Porque o rei deixou-se prender pela tua beleza;
Ele é agora o teu Senhor: rende-Lhe homenagem!
Cheias de entusiasmo e alegria,
entram no palácio do Rei.




1ª Carta aos Coríntios 15,20-26.

Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram.
Uma vez que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos;
porque, do mesmo modo que em Adão todos morreram, assim também em Cristo serão todos restituídos à vida.
Cada qual, porém, na sua ordem: primeiro, Cristo, como primícias; a seguir, os que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda.
Depois será o fim, quando Cristo entregar o reino a Deus seu Pai depois de ter aniquilado toda a soberania, autoridade e poder.
É necessário que Ele reine, até que tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés.
E o último inimigo a ser aniquilado é a morte,





Evangelho segundo S. Lucas 1,39-56. 

Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se apressadamente para a montanha, em direção a uma cidade de Judá.
Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel.
Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino exultou-lhe no seio. Isabel ficou cheia do Espírito Santo e exclamou em alta voz: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre.
Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?
Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos a voz da tua saudação, o menino exultou de alegria no meu seio.
Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor».
Maria disse então:
«A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador,
porque pôs os olhos na humildade da sua serva: de hoje em diante me chamarão bem- aventurada todas as gerações.
O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas: Santo é o seu nome.
A sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que O temem.
Manifestou o poder do seu braço e dispersou os soberbos.
Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes.
Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias.
Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia,
como tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência para sempre».
Maria ficou junto de Isabel cerca de três meses e depois regressou a sua casa.

A arca da Nova Aliança entra no Templo celeste (1Rs 8; Ap 11,19)

Hoje, a arca santa e viva do Deus vivo, aquela cujo seio tinha trazido o seu próprio Criador, repousa no templo do Senhor, que não foi construído pela mão do homem. David, seu antepassado e parente de Deus, dança de alegria (2Sam 7,14); os anjos dançam em coro, os arcanjos aplaudem e as potestades dos céus cantam a sua glória. [...]

Como poderia aquela que para todos fez brotar a verdadeira vida cair em poder da morte? Na verdade, como filha do velho Adão, Ela submeteu-se à sentença que foi declarada contra ele, porque nem o seu Filho, que é a Vida verdadeira, dela quis excluir-Se; mas, como Mãe do Deus vivo, é justo que seja elevada até Ele. [...]

A arca da Nova Aliança entra no templo celeste (1Rs 8; Ap 11,19). Como poderia aquela que recebeu em si a própria Vida, sem princípio nem fim, deixar de permanecer viva por toda a eternidade? Os primeiros pais da nossa raça mortal, embriagados com o vinho da desobediência [...], com o espírito pesado por causa da intemperança do pecado, adormeceram no sono da morte; o Senhor expulsou-os e exilou-os do paraíso do Éden. Mas como poderia o paraíso deixar de receber, deixar de abrir alegremente as suas portas àquela que não cometeu pecado e que deu à luz o Filho da obediência a Deus e ao Pai? [...] Uma vez que Cristo, que é a Vida e a Verdade, disse: «Onde Eu estiver, aí estará também o meu servo» (Jo 12,26), como era possível que, por maioria de razão, sua Mãe não partilhasse a sua morada? [...]

Portanto, «que os céus rejubilem», que todos os anjos a aclamem. «Que a terra exulte» (Sl 95, 11), que os homens estremeçam de alegria. Que nos ares ressoem cantos de júbilo; que a noite afaste as sua trevas e o seu manto de luto. [...] Porque a cidade viva do Senhor, Deus dos exércitos, foi exaltada. Ao santuário de Sião os reis trazem presentes inestimáveis (Sl 67,30); e aqueles que Cristo estabeleceu como príncipes de toda a terra, os apóstolos, escoltam a Mãe de Deus, a sempre virgem, até à Jerusalém do céu, que é livre e nossa mãe (Gal 4,26).



quinta-feira, 13 de agosto de 2015

«O Criador, desde o princípio, fê-los homem e mulher» Evangelho segundo S. Mateus 19,3-12.



Livro de Josué 24,1-13. 

Naqueles dias, Josué reuniu todas as tribos de Israel em Siquém. Convocou os anciãos de Israel, os chefes, os juízes e os magistrados, que se apresentaram diante de Deus. 
Josué disse então a todo o povo: «Assim fala o Senhor, Deus de Israel: ‘Os vossos antepassados, até Terá, pai de Abraão e de Nacor, habitavam outrora para além do rio Eufrates e serviam outros deuses. 
Tirei Abraão, vosso pai, do outro lado do Eufrates, fiz que ele atravessasse toda a terra de Canaã e multipliquei a sua descendência. 
Dei-lhe um filho, Isaac, e a Isaac dei Jacob e Esaú. Concedi a Esaú a região montanhosa de Seir, mas Jacob e os seus filhos desceram para o Egipto. 
Depois enviei Moisés e Aarão, castiguei o Egipto com os prodígios que nele realizei e fiz que saísseis de lá. 
Tirei do Egipto os vossos pais e chegastes até ao mar. Os egípcios perseguiram os vossos pais com carros e cavaleiros até ao Mar Vermelho. 
Mas eles clamaram ao Senhor e o Senhor estendeu trevas entre vós e os egípcios e fez com que o mar fosse contra eles e os submergisse. Os vossos olhos viram o que fiz no Egipto; e depois disto passastes longo tempo no deserto. 
Do deserto levei-vos à terra dos amorreus, que habitavam além do Jordão. Eles vieram combater-vos, mas Eu entreguei-os nas vossas mãos; e assim tomastes posse da sua terra, porque Eu os destruí diante de vós. 
A seguir apareceu Balac, filho de Sipor, rei de Moab, que combateu contra Israel e mandou chamar Balaão, filho de Beor, para vos amaldiçoar. 
Mas Eu não quis ouvir Balaão; ele teve de vos abençoar e assim vos salvei das suas mãos. 
Por fim atravessastes o Jordão e chegastes a Jericó. Combateram contra vós os que dominavam a cidade __ os amorreus e os perezeus, os cananeus e os hititas, os girgasitas, os hevitas e os jebuseus __ mas Eu entreguei-os nas vossas mãos. 
Até mandei vespas à vossa frente, para expulsarem diante de vós os dois reis amorreus. Não foi com a vossa espada nem com o vosso arco que tudo isto foi feito. 
Dei-vos uma terra que não cultivastes, cidades que não construístes e onde agora habitais, vinhas e olivais que não plantastes e de que vos alimentais’». 



Livro de Salmos 136(135),1-3.16-18.21-22.24. 

Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom: é eterna a sua bondade. 
Dai graças ao Deus dos deuses: é eterna a sua bondade. 
Dai graças ao Senhor dos senhores: é eterna a sua bondade. 

Conduziu o seu povo através do deserto: é eterna a sua bondade. 
Feriu grandes reis: é eterna a sua bondade. 
Matou reis poderosos: é eterna a sua bondade. 

Deu a terra deles em herança: é eterna a sua bondade. 
Em herança a Israel, seu povo: é eterna a sua bondade. 
E libertou-nos dos nossos opressores: é eterna a sua bondade. 





Evangelho segundo S. Mateus 19,3-12. 

Naquele tempo, aproximaram-se de Jesus alguns fariseus para O porem à prova e disseram-Lhe: «É permitido ao homem repudiar a sua esposa por qualquer motivo?». 
Jesus respondeu: «Não lestes que o Criador, no princípio, os fez homem e mulher 
e disse: ‘Por isso o homem deixará pai e mãe para se unir à sua esposa e serão os dois uma só carne?’. 
Deste modo, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, não separe o homem o que Deus uniu». 
Eles objetaram: «Porque ordenou então Moisés que se desse um certificado de divórcio para se repudiar a mulher?». 
Jesus respondeu-lhes: «Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés vos permitiu repudiar as vossas mulheres. Mas no princípio não foi assim. 
E Eu digo-vos: Quem repudiar a sua mulher, a não ser em caso de união ilegítima, e casar com outra, comete adultério». 
Disseram-Lhe os discípulos: Se é esta a situação do homem em relação à mulher, não é conveniente casar-se». 
Jesus respondeu-lhes: «Nem todos compreendem esta linguagem, senão aquele a quem é concedido. 
Na verdade, há eunucos que nasceram assim do seio materno, outros que foram feitos pelos homens e outros que se tornaram eunucos por causa do reino dos Céus. Quem puder compreender, compreenda». 


«O Criador, desde o princípio, fê-los homem e mulher»

Tal como tinha planeado desde o princípio, Deus criou o homem e a mulher à sua imagem. A Escritura diz: «Deus criou o ser humano à sua imagem, criou-o à imagem de Deus; Ele os criou homem e mulher» (Gn 1,27). É pois importante que esta grande verdade do livro do Génesis: a imagem de Si mesmo que Deus pôs no homem e na mulher passa também através da complementaridade dos sexos. O homem e a mulher, unidos em matrimónio, reflectem a imagem de Deus e são, de algum modo, a revelação do seu amor. Não só do amor que Deus nutre pelo ser humano, mas também da misteriosa comunhão que caracteriza a vida íntima das três Pessoas divinas. 

Imagem de Deus pode considerar-se, também, a própria geração, que faz de cada família um santuário da vida. O apóstolo Paulo diz-nos que toda a paternidade e maternidade recebem o nome de Deus (Ef 3,15). É Ele a fonte última da vida. Por isso, pode-se afirmar que a genealogia de cada pessoa tem as suas raízes no eterno. Ao gerar um filho, os pais são colaboradores de Deus. Missão verdadeiramente sublime! Não nos surpreendamos, consequentemente, de que Jesus tenha querido elevar o casamento à dignidade de sacramento, e de que São Paulo se lhe refira como um «grande mistério», pondo-o em relação com a união de Cristo com a Igreja (Ef 5,32).



segunda-feira, 10 de agosto de 2015

A ovelha perdida, Evangelho segundo S. Mateus 18,1-5.10.12-14.




Livro de Deuteronómio 31,1-8. 

Naqueles dias, Moisés dirigiu estas palavras aos filhos de Israel: 
«Tenho hoje cento e vinte anos; já não posso ir e vir. Além disso, o Senhor disse-me: ‘Não passarás o Jordão’. 
É o Senhor, vosso Deus, que há de passá-lo à vossa frente, Ele é que destruirá as nações que tendes diante de vós e as conquistará. Josué irá à vossa frente, como disse o Senhor. 
O Senhor tratará essas nações como tratou os reis amorreus Sicon e Og e as suas terras que arrasou. 
O Senhor vo-las entregará nas vossas mãos e vós as tratareis em tudo segundo as ordens que vos dei. 
Sede fortes, sede valorosos, não receeis nem tremais diante deles. O Senhor, vosso Deus, irá convosco e não vos desamparará nem abandonará». 
Depois Moisés chamou Josué e disse-lhe na presença de todo o Israel: «Sê forte e valoroso, porque hás de entrar com este povo na terra que o Senhor jurou dar a seus pais; és tu que o introduzirás nessa herança. 
O Senhor avançará à tua frente e estará contigo; não te desamparará nem te abandonará. Não temas nem te assustes». 



Livro de Deuteronómio 32,3-4a.7.8.9.12. 

Vou invocar o nome do Senhor: dai glória ao nosso Deus. 
A obra de Deus é perfeita e retos são os seus caminhos. 
Lembra-te dos dias de outrora, considera os anais do passado,
 interroga o teu pai e ele te contará, os teus avós e eles te ensinarão. 
Quando o Altíssimo deu às nações a sua herança e 
espalhou os filhos dos homens pela terra, 
estabeleceu as fronteiras dos povos, segundo o número dos seus filhos. 
Mas a herança do Senhor foi o seu povo, Jacob foi a porção da sua herança. 
Só o Senhor o conduzia, nenhum poder estranho estava com Ele. 




Evangelho segundo S. Mateus 18,1-5.10.12-14. 

Naquela hora, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram-Lhe: «Quem é o maior no reino dos Céus?». 
Jesus chamou uma criança, colocou-a no meio deles 
e disse-lhes: «Em verdade vos digo: Se não vos converterdes e não vos tornardes como as crianças, não entrareis no reino dos Céus. 
Quem for humilde como esta criança, esse será o maior no reino dos Céus. 
E quem acolher em meu nome uma criança como esta, acolhe-Me a Mim. Vede bem. Não desprezeis um só destes pequeninos. 
Eu vos digo que os seus Anjos vêm constantemente o rosto de meu Pai que está nos Céus. 
Jesus disse ainda: «Que vos parece? Se um homem tiver cem ovelhas e uma delas se tresmalhar, não deixará as noventa e nove nos montes para ir procurar a que anda tresmalhada? 
E se chegar a encontrá-la, em verdade vos digo que se alegra mais por causa dela do que pelas noventa e nove que não se tresmalharam. 
Assim também, não é da vontade de meu Pai que está nos Céus que se perca um só destes pequeninos». 

A ovelha perdida

Senhor Jesus Cristo, nosso Deus, não tenho um coração que empreenda partir à tua procura, nem arrependimento, nem ternura, nada daquilo que devolve aos filhos a sua herança. Mestre, não tenho lágrimas para Te implorar. Tenho o espírito obscurecido pelas coisas desta vida, sem forças para tender para Ti na sua dor. O meu coração permanece frio nas provas, sem que as lágrimas do amor por Ti consigam aquecê-lo. Mas Tu, Senhor Jesus Cristo, meu Deus, tesouro dos bens, dá-me um arrependimento total e um coração dorido, a fim de que parta à tua procura com toda a minha alma, pois sem Ti ficarei privado de todo o bem; ó bom Deus, dá-me a tua graça. Que o Pai, que, fora do tempo, na eternidade, Te gerou no seu seio, renove em mim as formas da tua imagem.

Eu abandonei-Te, não me abandones Tu. Saí de Ti; vem Tu à minha procura. Conduz-me às tuas pastagens; conta-me entre as ovelhas do teu rebanho eleito. Como a elas, alimenta-me com a erva verde dos teus mistérios divinos, cuja morada é um coração puro, esse coração que transporta em si o esplendor das tuas revelações, a consolação e a doçura daqueles que se esforçaram por Ti nos tormentos e nos ultrajes. Possamos ser dignos de tal esplendor, pela tua graça e o teu amor pelo homem, Tu, que és o nosso Salvador, Jesus Cristo, pelos séculos dos séculos. Amén.



domingo, 9 de agosto de 2015

Quem ama a sua vida, perdê-la-á, Evangelho segundo S. João 12,24-26.




2ª Carta aos Coríntios 9,6-10. 

Irmãos: Lembrai-vos disto: Quem semeia pouco também colherá pouco e quem semeia abundantemente também colherá abundantemente.
Dê cada um segundo o impulso do seu coração, sem tristeza nem constrangimento, porque Deus ama aquele que dá com alegria. 
E Deus é poderoso para vos cumular de todas as graças, de modo que, tendo sempre e em tudo o necessário, vos fique ainda muito para toda a espécie de boas obras, 
como está escrito: «Repartiu com largueza pelos pobres; a sua justiça permanece para sempre». 
Aquele que dá a semente ao semeador e o pão para alimento também vos dará a semente em abundância e multiplicará os frutos da vossa justiça. 



Livro de Salmos 112(111),1-2.5-6.7-8.9. 

Feliz o homem que teme o Senhor 
e ama ardentemente os seus preceitos. 
A sua descendência será poderosa sobre a terra, 
será abençoada a geração dos justos. 

Ditoso o homem que se compadece e empresta 
e dispõe das suas coisas com justiça. 
Este jamais será abalado; 
o justo deixará memória eterna. 

Ele não receia más notícias, 
seu coração está firme, confiado no Senhor. 
O seu coração é inabalável, nada teme 
e verá os adversários confundidos. 

Ditoso o homem que se compadece e empresta 
e dispõe das suas coisas com justiça. 
Reparte do que é seu com os pobres; 
a sua generosidade subsistirá para sempre. 




Evangelho segundo S. João 12,24-26.

Naquele tempo, disse Jesus aos discípulos:«Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto. 
Quem ama a sua vida, perdê-la-á, e quem despreza a sua vida neste mundo conservá-la-á para a vida eterna. 
Se alguém Me quiser servir, que Me siga, e onde Eu estiver, ali estará também o meu servo. E se alguém Me servir, meu Pai o honrará. 



sábado, 8 de agosto de 2015

«Eu sou o Pão da Vida» Evangelho segundo S. João 6,41-51.







Livro de 1º Reis 19,4-8.

Naqueles dias, Elias entrou no deserto e andou o dia inteiro. Depois sentou-se debaixo de um junípero e, desejando a morte, exclamou: «Já basta, Senhor. Tirai-me a vida, porque não sou melhor que meus pais».
Deitou-se por terra e adormeceu à sombra do junípero. Nisto, um Anjo tocou-lhe e disse: «Levanta-te e come».
Ele olhou e viu à sua cabeceira um pão cozido sobre pedras quentes e uma bilha de água. Comeu e bebeu e tornou a deitar-se.
O Anjo do Senhor veio segunda vez, tocou-lhe e disse: «Levanta-te e come, porque ainda tens um longo caminho a percorrer».
Elias levantou-se, comeu e bebeu. Depois, fortalecido com aquele alimento, caminhou durante quarenta dias e quarenta noites até ao monte de Deus, Horeb.



Livro de Salmos 34(33),2-3.4-5.6-7.8-9.

A toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.
A minha alma gloria-se no Senhor:
escutem e alegrem-se os humildes.

Enaltecei comigo o Senhor
e exaltemos juntos o seu nome.
Procurei o Senhor e Ele atendeu-me,
libertou-me de toda a ansiedade.

Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes,
o vosso rosto não se cobrirá de vergonha.
Este pobre clamou e o Senhor o ouviu,
salvou-o de todas as angústias.

O Anjo do Senhor protege os que O temem
e defende-os dos perigos.
Saboreai e vede como o Senhor é bom:
feliz o homem que n’Ele se refugia.




Carta aos Efésios 4,30-32.5,1-2.

Irmãos: Não contristeis o Espírito Santo de Deus, que vos assinalou para o dia da redenção.
Seja eliminado do meio de vós tudo o que é azedume, irritação, cólera, insulto, maledicência e toda a espécie de maldade.
Sede bondosos e compassivos uns para com os outros e perdoai-vos mutuamente, como Deus também vos perdoou em Cristo.
Sede imitadores de Deus, como filhos muito amados.
Caminhai na caridade, a exemplo de Cristo, que nos amou e Se entregou por nós, oferecendo-Se como vítima agradável a Deus.



Evangelho segundo S. João 6,41-51.

Naquele tempo, os judeus murmuravam de Jesus, por Ele ter dito: «Eu sou o pão que desceu do Céu».
E diziam: «Não é Ele Jesus, o filho de José? Não conhecemos o seu pai e a sua mãe? Como é que Ele diz agora: ‘Eu desci do Céu’?».
Jesus respondeu-lhes: «Não murmureis entre vós.
Ninguém pode vir a Mim, se o Pai, que Me enviou, não o trouxer; e Eu ressuscitá-lo-ei no último dia.
Está escrito no livro dos Profetas: ‘Serão todos instruídos por Deus’. Todo aquele que ouve o Pai e recebe o seu ensino vem a Mim.
Não porque alguém tenha visto o Pai; só Aquele que vem de junto de Deus viu o Pai.
Em verdade, em verdade vos digo: Quem acredita tem a vida eterna.
Eu sou o pão da vida.
No deserto, os vossos pais comeram o maná e morreram.
Mas este pão é o que desce do Céu, para que não morra quem dele comer.
Eu sou o pão vivo que desceu do Céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que Eu hei de dar é a minha carne, que Eu darei pela vida do mundo».

«Eu sou o Pão da Vida»

É admirável que Deus tenha feito chover o maná sobre os nossos pais e que eles tenham sido diariamente saciados com o pão do céu. É por isso que está escrito: «O homem comeu o pão dos anjos» (Sl 77,25). Contudo, os que comeram este pão do deserto estão todos mortos. Pelo contrário, o alimento que agora recebes, este Pão vivo que desceu dos céus, é sustento para a vida eterna, e quem come deste Pão não morrerá jamais. Ele é o Corpo de Cristo. […]

Esse maná era do céu, este é do cimo dos céus; aquele era um dom do céu, este é o Senhor dos céus; aquele estava sujeito à corrupção quando era guardado nem que fosse até ao dia seguinte, a este é estranha toda a corrupção: quem dele prova com respeito não pode ser tocado pela corrupção. A água brotou dos rochedos para os hebreus, para ti brota o sangue de Cristo. A água saciou-os por momentos, o sangue lava-te para sempre. Os hebreus beberam e têm sede, mas tu, depois de teres bebido, nunca mais poderás ter sede (cf Jo 4,14). Aquilo era a pré-figuração, isto é a verdade plena. […]

O maná era a «sombra do que devia vir» (Col 2,17). Escuta o que foi manifestado a nossos pais: «De facto, todos bebiam de um rochedo espiritual que os seguia, que era Cristo» (1Cor 10,4). […] Tu conheceste o cumprimento, tu viste a luz plena, a verdade pré-figurada, o corpo do Criador. […] Sobre aquilo que comemos e aquilo que bebemos, diz o Espírito Santo: «Saboreai e vede como o Senhor é bom; feliz o homem que nele se abriga» (Sl 33,9).