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segunda-feira, 29 de junho de 2015

Ação de Graças para o cumprimento das promessas de DEUS Salmo 138


1 Eu te louvarei, Senhor, de todo o coração;
diante dos deuses cantarei louvores a ti.
2 Voltado para o teu santo templo
eu me prostrarei
e renderei graças ao teu nome,
por causa do teu amor e da tua fidelidade;
pois exaltaste acima de todas as coisas
o teu nome e a tua palavra.
3 Quando clamei, tu me respondeste;
deste-me força e coragem.

4 Todos os reis da terra te renderão graças, Senhor,
pois saberão das tuas promessas.
5 Celebrarão os feitos do Senhor,
pois grande é a glória do Senhor!

6 Embora esteja nas alturas,
o Senhor olha para os humildes,
e de longe reconhece os arrogantes.
7 Ainda que eu passe por angústias,
tu me preservas a vida
da ira dos meus inimigos;
estendes a tua mão direita e me livras.
8 O Senhor cumprirá o seu propósito
para comigo!
Teu amor, Senhor, permanece para sempre;
não abandones as obras das tuas mãos!



«Quando fores velho, levar-te-ão para onde não quererias ir» (Jo 21,18) Evangelho segundo S. Mateus 16,13-19.




Livro dos Actos dos Apóstolos 12,1-11.
Naqueles dias, o rei Herodes começou a perseguir alguns membros da Igreja.
Mandou matar à espada Tiago, irmão de João,
e, vendo que tal procedimento agradava aos judeus, mandou prender também Pedro. Era nos dias dos Ázimos.
Mandou-o prender e meter na cadeia, entregando-o à guarda de quatro piquetes de quatro soldados cada um, com a intenção de o fazer comparecer perante o povo, depois das festas da Páscoa.
Enquanto Pedro era guardado na prisão, a Igreja orava instantemente a Deus por ele.
Na noite anterior ao dia em que Herodes pensava fazê-lo comparecer, Pedro dormia entre dois soldados, preso a duas correntes, enquanto as sentinelas, à porta, guardavam a prisão.
De repente, apareceu o Anjo do Senhor e uma luz iluminou a cela da cadeia. O Anjo acordou Pedro, tocando-lhe no ombro, e disse-lhe: «Levanta-te depressa». E as correntes caíram-lhe das mãos.
Então o Anjo disse-lhe: «Põe o cinto e calça as sandálias». Ele assim fez. Depois acrescentou: «Envolve-te no teu manto e segue-me».
Pedro saiu e foi-o seguindo, sem perceber a realidade do que estava a acontecer por meio do Anjo; julgava que era uma visão.
Depois de atravessarem o primeiro e o segundo posto da guarda, chegaram à porta de ferro, que dá para a cidade, e a porta abriu-se por si mesma diante deles. Saíram, avançando por uma rua, e subitamente o Anjo desapareceu.
Então Pedro, voltando a si, exclamou: «Agora sei realmente que o Senhor enviou o seu Anjo e me libertou das mãos de Herodes e de toda a expectativa do povo judeu».



Livro de Salmos 34(33),2-3.4-5.6-7.8-9.
A toda a hora bendirei o Senhor, o seu louvor estará sempre na minha boca.
A minha alma gloria-se no Senhor: escutem e alegrem-se os humildes.
Enaltecei comigo o Senhor e exaltemos juntos o seu nome.
Procurei o Senhor e Ele atendeu-me, libertou-me de toda a ansiedade.

Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes, o vosso rosto não se cobrirá de vergonha.
Este pobre clamou e o Senhor o ouviu, salvou-o de todas as angústias.
O Anjo do Senhor protege os que O temem e defende-os dos perigos.
Saboreai e vede como o Senhor é bom: feliz o homem que n’Ele se refugia.




2ª Carta a Timóteo 4,6-8.17-18.
Caríssimo: Eu já estou oferecido em libação e o tempo da minha partida está iminente.
Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé.
E agora já me está preparada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me há de dar naquele dia; e não só a mim, mas a todos aqueles que tiverem esperado com amor a sua vinda.
O Senhor esteve a meu lado e deu-me força, para que, por meu intermédio, a mensagem do Evangelho fosse plenamente proclamada e todos os pagãos a ouvissem; e eu fui libertado da boca do leão.
O Senhor me livrará de todo o mal e me dará a salvação no seu reino celeste. Glória a Ele pelos séculos dos séculos. Amen.



Evangelho segundo S. Mateus 16,13-19.
Naquele tempo, Jesus foi para os lados de Cesareia de Filipe e perguntou aos seus discípulos: «Quem dizem os homens que é o Filho do homem?».
Eles responderam: «Uns dizem que é João Baptista, outros que é Elias, outros que é Jeremias ou algum dos profetas».
Jesus perguntou: «E vós, quem dizeis que Eu sou?».
Então, Simão Pedro tomou a palavra e disse: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo».
Jesus respondeu-lhe: «Feliz de ti, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne e o sangue que to revelaram, mas sim meu Pai que está nos Céus.
Também Eu te digo: Tu és Pedro; sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
Dar-te-ei as chaves do reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos Céus».

«Quando fores velho, levar-te-ão para onde não quererias ir» (Jo 21,18)

Tu não receias vir a esta cidade de Roma, ó santo apóstolo Pedro![...] Não temes Roma, senhora do mundo, tu que em casa de Caifás tiveste medo diante da criada do sumo-sacerdote. O poder dos imperadores Cláudio e Nero é então menor que o julgamento de Pilatos ou o furor dos chefes dos judeus? É que a força do amor triunfou em ti sobre as razões do temor; não te pareceu que devias recear aqueles que recebeste a missão de amar. Recebeste essa caridade intrépida quando o amor que tinhas professado pelo Senhor foi fortalecido pela sua tripla pergunta (Jo 21,15ss). [...] E, para acrescentar a tua confiança, havia ainda os sinais de tantos milagres, o dom de tantos carismas, a experiência de tantas obras maravilhosas! [...] Assim, sem duvidar da fecundidade da tarefa nem ignorar o tempo que te faltava viver, trazias o troféu da cruz de Cristo a Roma onde, por divina predestinação, te esperavam a honra da autoridade e a glória do martírio.

A essa mesma cidade chegava São Paulo, apóstolo contigo, instrumento escolhido (Act 9,19) e mestre dos pagãos (1Tim 2,7), para estar contigo nesse tempo em que toda a inocência, toda a liberdade, todo o pudor eram já oprimidos sob o poder de Nero. Foi ele o primeiro que, na sua loucura, decretou uma perseguição geral e atroz contra os cristãos, como se a graça de Deus pudesse ser extinta com o massacre dos santos. [...] Mas «preciosa aos olhos do Senhor é a morte dos seus santos» (Sl 115,15). Nenhuma crueldade podia destruir a religião fundada pelo mistério da cruz de Cristo. A Igreja não foi diminuída mas acrescentada pelas perseguições; o campo do Senhor reveste-se sem cessar de uma seara mais rica quando os grãos, que ao cair estavam sós, renascem multiplicados (Jo 12,24).

Que descendência não deram, ao desenvolver-se, estas duas plantas divinamente semeadas! Milhares de santos mártires, imitando o triunfo destes dois apóstolos, coroaram esta cidade com um diadema de pedras preciosas que ninguém pode contar.


domingo, 28 de junho de 2015

«Jovem, Eu te ordeno, levanta-te» «Talita Kum» Evangelho segundo S. Marcos 5,21-43.


Livro de Sabedoria 1,13-15.2,23-24. 
Não foi Deus quem fez a morte, nem Ele Se alegra com a perdição dos vivos.
Pela criação deu o ser a todas as coisas, e o que nasce no mundo destina-se ao bem. Em nada existe o veneno que mata, nem o poder da morte reina sobre a terra,
porque a justiça é imortal.
Deus criou o homem para ser incorruptível e fê-lo à imagem da sua própria natureza.
Foi pela inveja do Diabo que a morte entrou no mundo, e experimentam-na aqueles que lhe pertencem.



Livro de Salmos 30(29),2.4.5-6.11.12a.13b. 
Eu Vos glorifico, Senhor, porque me salvastes
e não deixastes que de mim se regozijassem os inimigos.
Tirastes a minha alma da mansão dos mortos,
vivificastes-me para não descer ao túmulo.

Cantai salmos ao Senhor, vós os seus fiéis,
e dai graças ao seu nome santo.
A sua ira dura apenas um momento
e a sua benevolência a vida inteira.

Ao cair da noite vêm as lágrimas
e ao amanhecer volta a alegria.
Ouvi, Senhor, e tende compaixão de mim,
Senhor, sede Vós o meu auxílio.

Vós convertestes em júbilo o meu pranto:
Senhor, meu Deus, eu Vos louvarei eternamente.



2ª Carta aos Coríntios 8,7.9.13-15. 
Irmãos: Já que sobressaís em tudo – na fé, na eloquência, na ciência, em toda a espécie de atenções e na caridade que vos ensinámos – deveis também sobressair nesta obra de generosidade.
Conheceis a generosidade de Nosso Senhor Jesus Cristo: Ele, que era rico, fez-Se pobre por vossa causa, para vos enriquecer pela sua pobreza.
Não se trata de vos sobrecarregar para aliviar os outros, mas sim de procurar a igualdade.
Nas circunstâncias presentes, aliviai com a vossa abundância a sua indigência, para que um dia eles aliviem a vossa indigência com a sua abundância. E assim haverá igualdade,
como está escrito: «A quem tinha colhido muito não sobrou, e a quem tinha colhido pouco não faltou».



Evangelho segundo S. Marcos 5,21-43. 
Naquele tempo, depois de Jesus ter atravessado de barco para a outra margem do lago, reuniu-se uma grande multidão à sua volta, e Ele deteve-Se à beira-mar.
Chegou então um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo. Ao ver Jesus, caiu a seus pés
e suplicou-Lhe com insistência: «A minha filha está a morrer. Vem impor-lhe as mãos, para que se salve e viva».
Jesus foi com ele, seguido por grande multidão, que O apertava de todos os lados.
Ora, certa mulher que sofria de uma perda de sangue havia doze anos,
que sofrera muito nas mãos de vários médicos e gastara todos os seus bens, sem ter obtido qualquer resultado, antes piorava cada vez mais,
tendo ouvido falar de Jesus, veio por entre a multidão e tocou-Lhe por detrás no manto,
dizendo consigo: «Se eu, ao menos, tocar nas suas vestes, ficarei curada».
No mesmo instante estancou a perda de sangue, e sentiu no seu corpo que estava curada da doença.
Jesus notou logo que saíra uma força de Si mesmo. Voltou-Se para a multidão e perguntou: «Quem tocou nas minhas vestes?».
Os discípulos responderam-Lhe: «Vês a multidão que Te aperta e perguntas: ‘Quem Me tocou?’».
Mas Jesus olhou em volta, para ver quem Lhe tinha tocado.
A mulher, assustada e a tremer, por saber o que lhe tinha acontecido, veio prostrar-se diante de Jesus e disse-Lhe a verdade.
Jesus respondeu-lhe: «Minha filha, a tua fé te salvou. Vai em paz e fica curada do teu mal».
Ainda Ele falava, quando vieram dizer da casa do chefe da sinagoga: «A tua filha morreu. Porque estás ainda a importunar o Mestre?».
Mas Jesus, ouvindo estas palavras, disse ao chefe da sinagoga: «Não temas; basta que tenhas fé».
E não deixou que ninguém O acompanhasse, a não ser Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago.
Quando chegaram a casa do chefe da sinagoga, Jesus encontrou grande alvoroço, com gente que chorava e gritava.
Ao entrar, perguntou-lhes: «Porquê todo este alarido e tantas lamentações? A menina não morreu; está a dormir».
Mas riram-se d’Ele. Jesus, depois de os ter mandado sair a todos, levando consigo apenas o pai da menina e os que vinham com Ele, entrou no local onde jazia a menina,  pegou-lhe na mão e disse: «Talita Kum», que significa: «Menina, Eu te ordeno: Levanta-te».
Ela ergueu-se imediatamente e começou a andar, pois já tinha doze anos. Ficaram todos muito maravilhados.
Jesus recomendou-lhes insistentemente que ninguém soubesse do caso e mandou dar de comer à menina.

«Jovem, Eu te ordeno, levanta-te»

«Vós não me entregareis à mansão dos mortos» (Sl 16,10). Esta palavra da Escritura cumpre-se em Jesus, que ressuscita ao terceiro dia, antes de se iniciar a decomposição do corpo. A morte de Jesus condu-Lo ao túmulo, mas não à corrupção. É a morte da morte […]. Essa vitória sobre o poder da morte, no próprio momento em que ela parece irrevogável, é um ponto capital do testemunho bíblico […]: o poder de Deus, que respeita a sua criação, não está dependente da lei da morte.

É certo que a morte é a forma fundamental do mundo, tal como ele é actualmente. Mas a vitória sobre a morte, a sua supressão real e não apenas em pensamento, é hoje, como foi sempre, uma aspiração e uma busca do homem. A ressurreição de Jesus declara-nos que esta vitória é efectivamente possível, que a morte não fazia parte da estrutura da criação, da matéria, no princípio e de forma irreversível […]. E diz-nos também que é impossível alcançar a vitória sobre as fronteiras da morte por via de métodos clínicos aperfeiçoados. Essa vitória só se dá pelo poder criador da Palavra de Deus e do Amor. Estes são os únicos poderes com força suficiente para alterar a estrutura da matéria de uma forma tão radical, que as fronteiras da morte se tornem ultrapassáveis. […]

A fé na ressurreição é uma profissão de fé na existência real de Deus e uma profissão de fé na sua criação, no «sim» incondicional que caracteriza a relação de Deus com a criação e com a matéria […]. É isso que nos autoriza a cantar o aleluia pascal no meio de um mundo sobre o qual paira a sombra ameaçadora da morte.






sábado, 27 de junho de 2015

«Quero, fica purificado» Evangelho segundo S. Mateus 8,1-4.



Livro de Génesis 17,1.9-10.15-22. 
Quando Abraão tinha noventa e nove anos de idade, o Senhor apareceu-lhe e disse-lhe: «Eu sou o Deus todo-poderoso. Anda na minha presença e sê perfeito».
Deus disse ainda a Abraão: «Guardarás a minha aliança, tu e a tua descendência, de geração em geração.
Esta é a aliança que estabeleço contigo e com os teus descendentes e que deveis observar: todos os homens serão circuncidados».
Deus disse a Abraão: «A Sarai, tua esposa, nunca mais lhe chamarás Sarai; o seu nome é Sara.
Eu a abençoarei e por ela te darei um filho. Eu a abençoarei e ela dará origem a nações; dela sairão reis de povos».
Abraão prostrou-se com o rosto em terra e começou a rir, dizendo: «Como pode nascer um filho a um homem de cem anos? Como pode Sara aos noventa anos ser mãe?».
Abraão disse a Deus: «Ao menos viva Ismael na vossa presença».
Mas Deus respondeu-lhe: «Não é isso. Sara, tua esposa, dar-te-á um filho e tu lhe porás o nome de Isaac. Estabelecerei com ele a minha aliança, como aliança perpétua com a sua descendência.
Quanto a Ismael, também te ouvi: Eu o abençoarei e tornarei fecundo e o farei multiplicar-se sem medida. Será pai de doze chefes e farei dele um grande povo.
Mas estabelecerei a minha aliança com Isaac, que Sara dará à luz, por este mesmo tempo, no próximo ano».
Quando acabou de falar, Deus retirou-se de junto de Abraão.



Livro de Salmos 128(127),1-2.3.4-5. 
Feliz de ti, que temes o Senhor e andas nos seus caminhos.
Comerás do trabalho das tuas mãos, serás feliz e tudo te correrá bem.
Tua esposa será como videira fecunda no íntimo do teu lar; teus filhos serão como ramos de oliveira ao redor da tua mesa.
Assim será abençoado o homem que teme o Senhor.

De Sião te abençoe o Senhor: vejas a prosperidade de Jerusalém todos os dias da tua vida.



Evangelho segundo S. Mateus 8,1-4. 
Ao descer Jesus do monte, seguia-O uma grande multidão.
Veio então prostrar-se diante d’Ele um leproso, que Lhe disse: «Senhor, se quiseres, podes curar-me».
Jesus estendeu a mão e tocou-o, dizendo: «Eu quero: fica curado». E imediatamente ficou curado da lepra.
Disse-lhe Jesus: «Não digas nada a ninguém; mas vai mostrar-te ao sacerdote e apresenta a oferta que Moisés ordenou, para que lhes sirva de testemunho».

«Quero, fica purificado»

Tal como o agir, também o sofrimento [sob todas as suas formas] faz parte da existência humana. Este deriva, por um lado, da nossa finitude e, por outro, da súmula de erros que se acumularam ao longo da história e que ainda hoje não cessa de aumentar.

É preciso, obviamente, fazer tudo o que é possível para atenuar o sofrimento: impedir, na medida do possível, o sofrimento dos inocentes; amenizar as dores; ajudar a superar os sofrimentos psíquicos. Tudo isto são deveres, tanto de justiça como de amor, que se inserem nas exigências fundamentais da existência cristã e de todas as vidas verdadeiramente humanas. Na luta contra a dor física, conseguiram-se realizar grandes progressos; mas o sofrimento dos inocentes e também os sofrimentos psíquicos aumentaram no decurso destas últimas décadas.

Sim, devemos fazer tudo para superar o sofrimento, mas eliminá-lo completamente do mundo não está nas nossas possibilidades humanas, simplesmente porque não podemos ultrapassar a nossa finitude e porque nenhum de nós é capaz de eliminar o poder do mal, do erro, que – como constatámos – é uma fonte contínua de sofrimento. Isto só Deus o poderia fazer: só um Deus que entra pessoalmente na História tornando-se homem e sofrendo nela. Nós sabemos que este Deus existe e que, por isso, este poder que «tira os pecados do mundo» (Jo 1,29) está presente no mundo. Pela fé na existência deste poder, surgiu na História a esperança da cura do mundo.





sexta-feira, 26 de junho de 2015

«Digo-vos que, do Oriente e do Ocidente, muitos virão sentar-se à mesa do banquete» Evangelho segundo S. Mateus 8,5-17.



Livro de Génesis 18,1-15. 
Naqueles dias, o Senhor apareceu a Abraão junto do Carvalho de Mambré. Abraão estava sentado à entrada da sua tenda, no maior calor do dia.
Ergueu os olhos e viu três homens de pé diante dele. Logo que os viu, deixou a entrada da tenda e correu ao seu encontro; prostrou-se por terra
e disse: «Meu Senhor, se agradei aos vossos olhos, não passeis adiante sem parar em casa do vosso servo.
Mandarei vir água, para que possais lavar os pés e descansar debaixo desta árvore.
Vou buscar um bocado de pão, para restaurardes as forças antes de continuardes o vosso caminho, pois não foi em vão que passastes diante da casa do vosso servo». Eles responderam: «Faz como disseste».
Abraão apressou-se a ir à tenda onde estava Sara e disse-lhe: «Toma depressa três medidas de flor da farinha, amassa-a e coze uns pães no borralho».
Abraão correu ao rebanho e escolheu um vitelo tenro e bom e entregou-o a um servo que se apressou a prepará-lo.
Trouxe manteiga e leite e o vitelo já pronto e colocou-o diante deles; e, enquanto comiam, ficou de pé junto deles debaixo da árvore.
Depois eles disseram-lhe: «Onde está Sara, tua esposa?». Abraão respondeu: «Está ali na tenda».
E um deles disse: «Passarei novamente pela tua casa daqui a um ano, e então Sara, tua esposa, terá um filho». Sara escutava por detrás dele, à entrada da tenda.
Abraão e Sara eram velhos, de idade muito avançada, e Sara já tinha passado a idade de ser mãe.
Sara riu-se, pensando consigo: «Agora que estou envelhecida é que terei a alegria de ser mãe, com um marido tão velho?».
Mas o Senhor disse a Abraão: «Porque se riu Sara, pensando consigo: ‘Irei eu realmente dar à luz, agora que estou velha?’.
Mas há porventura alguma coisa impossível ao Senhor? Neste mesmo tempo, no próximo ano, Eu virei ter contigo e Sara terá um filho».
Sara, entretanto, porque tinha medo, pretendeu negar: «Eu não me ri». Mas o Senhor repondeu-lhe: «Riste, sim».



Evangelho segundo S. Lucas 1,46-47.48-49.50.53.54-55. 
«A minha alma glorifica o Senhor
e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador,
porque pôs os olhos na humildade da sua serva: de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações.
O todo-poderoso fez em mim maravilhas:

santo é o seu nome.
A sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que O temem.
Encheu de bens os famintos
e aos ricos despediu de mãos vazias.

Acolheu Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia,
como tinha prometido a nossos pais,
a Abraão e à sua descendência para sempre.




Evangelho segundo S. Mateus 8,5-17. 
Naquele tempo, ao entrar Jesus em Cafarnaum, aproximou-se d’Ele um centurião, que Lhe suplicou, dizendo:
«Senhor, o meu servo jaz em casa paralítico e sofre horrivelmente».
Disse-lhe Jesus: «Eu irei curá-lo».
Mas o centurião respondeu-Lhe: «Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa; mas diz uma só palavra e o meu servo ficará curado.
Porque eu, que não passo dum subalterno, tenho soldados sob as minhas ordens: digo a um ‘Vai!’ e ele vai; a outro ‘Vem!’ e ele vem; e ao meu servo ‘Faz isto!’ e ele faz».
Ao ouvi-lo, Jesus ficou admirado e disse àqueles que O seguiam: «Em verdade vos digo: Não encontrei ninguém em Israel com tão grande fé.
Por isso vos digo: Do Oriente e do Ocidente virão muitos sentar-se à mesa, com Abraão, Isaac e Jacob,
no reino dos Céus, ao passo que os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores, onde haverá choro e ranger de dentes».
Depois Jesus disse ao centurião: «Vai para casa. Seja feito conforme acreditaste». E naquela hora, o servo ficou curado.
Quando Jesus entrou na casa de Pedro, viu que a sogra dele estava de cama com febre.
Tocou-lhe na mão e a febre deixou-a; ela então levantou-se e começou a servi-los.
Ao cair da tarde, trouxeram-Lhe muitos possessos. Jesus expulsou os espíritos com uma palavra e curou todos os doentes.
Assim se cumpria o que o profeta Isaías anunciara, dizendo: «Tomou sobre si as nossas enfermidades e suportou as nossas doenças».

«Digo-vos que, do Oriente e do Ocidente, muitos virão sentar-se à mesa do banquete»

Vi o Senhor fazer milagres no Evangelho e o meu discurso adquiriu segurança com eles. Vi o centurião prostrar-se aos pés do Senhor; vi as nações enviarem a Cristo as primícias dos seus frutos. A cruz ainda não se ergueu e já os pagãos se precipitam para o Mestre. Ainda não se escutou: «Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos» (Mt 28, 19) e já os povos acorrem. Acorrem antes de serem chamados, ardem de desejos do Senhor. Ainda a pregação não começou e já eles se apressam ao encontro do Pregador. Pedro [...] ainda está a ser ensinado e já eles se reúnem à volta daquele que o ensina; a luz de Paulo ainda não refulgiu sob o estandarte de Cristo e já as nações vêm adorar o rei com incenso (Mt 2, 11).

E agora eis que um centurião Lhe diz: «Senhor, o meu servo jaz em casa paralítico, sofrendo horrivelmente.» Aqui está de facto um novo milagre: o servo cujos membros estão paralisados conduz o seu amo ao Senhor; a doença do escravo devolve a saúde ao seu proprietário. Este, buscando a saúde do servo, encontra o Senhor e, enquanto tenta conquistar a saúde do seu escravo, deixa-se conquistar por Cristo.



quinta-feira, 25 de junho de 2015

«Acorda, tu que dormes» Evangelho segundo S. Mateus 7,21-29.


Livro de Génesis 16,1-12.15-16. 
Sarai, mulher de Abrão, não lhe dava filhos. Tinha, porém, uma escrava egípcia, chamada Agar.
Sarai disse a Abrão: «Tu vês que o Senhor não me tem deixado ser mãe. Toma para ti a minha escrava; talvez por ela eu possa ter filhos». E Abrão escutou as palavras de Sarai.
Dez anos depois de Abrão se ter estabelecido na terra de Canaã, Sarai, sua esposa, tomou Agar, a egípcia, sua escrava, e deu-a por mulher a Abrão, seu marido.
Ele tomou-a para si e Agar concebeu. Vendo que tinha concebido, Agar começou a desprezar a sua senhora.
Então Sarai disse a Abrão: «A ofensa que me fazem é por tua causa. Pus nos teus braços a minha escrava e, depois de ter concebido, ela começou a desprezar-me. O Senhor será juiz entre nós dois».
Abrão respondeu a Sarai: «A tua escrava está nas tuas mãos; faz dela o que te parecer melhor». Então Sarai começou a maltratá-la, de tal modo que a escrava fugiu da sua presença.
O Anjo do Senhor encontrou-a no deserto, junto duma nascente, a nascente que está no caminho de Sur,
e disse-lhe: «Agar, escrava de Sarai, donde vens e para onde vais?». Ela respondeu-lhe: «Fugi da presença de Sarai, minha senhora».
O Anjo do Senhor disse-lhe: «Volta para junto da tua senhora e entrega-te humildemente nas suas mãos».
O Anjo do Senhor continuou: «Eu multiplicarei a tua descendência e será tão numerosa que não se poderá contar».
Disse-lhe ainda o Anjo do Senhor: «Estás grávida e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Ismael, porque o Senhor ouviu a tua aflição.
Será um homem semelhante ao potro selvagem: levantará a mão contra todos e todos levantarão a mão contra ele; e viverá à margem de todos os seus irmãos».
Assim Agar deu um filho a Abrão e Abrão pôs ao filho que lhe dera Agar o nome de Ismael.
Abrão tinha oitenta e seis anos de idade, quando Agar lhe deu o filho Ismael.



Livro de Salmos 106(105),1-2.3-4a.4b-5.
Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom,
porque é eterna a sua misericórdia.
Quem poderá contar as obras do Senhor
e apregoar todos os seus prodígios?

Felizes os que observam os seus preceitos
e praticam sempre o que é justo.
Lembrai-Vos de nós, Senhor,
por amor do vosso povo.

Visitai-nos com a vossa salvação,
para que vejamos a felicidade dos vossos eleitos, rejubilemos com a alegria do vosso povo
e exultemos com a vossa herança.




Evangelho segundo S. Mateus 7,21-29. 

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Nem todo aquele que Me diz ‘Senhor, Senhor’ entrará no reino dos Céus, mas só aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos Céus.
Muitos Me dirão no dia do Juízo: ‘Senhor, não foi em teu nome que profetizámos e em teu nome que expulsámos demónios e em teu nome que fizemos tantos milagres?’
Então lhes direi bem alto: ‘Nunca vos conheci. Apartai-vos de Mim, vós que praticais a iniquidade’.
Todo aquele que ouve as minhas palavras e as põe em prática é como o homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha.
Caiu a chuva, vieram as torrentes e sopraram os ventos contra aquela casa; mas ela não caiu, porque estava fundada sobre a rocha.
Mas todo aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é como o homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia.
Caiu a chuva, vieram as torrentes e sopraram os ventos contra aquela casa; ela desmoronou-se e foi grande a sua ruína».
Quando Jesus acabou de falar, a multidão estava admirada com a sua doutrina,
porque a ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas.

«Acorda, tu que dormes» (Ef 5,14)

«Todo aquele que ouve as minhas palavras e as põe em prática é como o homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha.» Por isso, convém que nos apliquemos, não somente a escutar a Palavra de Deus, mas também a conformar a nossa vida com essa mesma Palavra. [...] Escutar a lei é uma boa regra, porque nos incita à prática das virtudes. Fazemos bem em ler e meditar as Escrituras, pois é assim que purificamos o fundo da nossa alma dos maus pensamentos.

Mas ler, escutar e meditar assiduamente a Palavra de Deus sem a pôr em prática é uma falta que o Espírito de Deus já condenou antecipadamente. [...] Os que se encontram nestas disposições nem sequer devem pegar nos livros sagrados. Ao ímpio, Deus declara: «Porque andas sempre a falar da minha lei e trazes na boca a minha aliança, tu que detestas os meus ensinamentos e rejeitas as minhas palavras?» (Sl 49,16-17) Aquele que lê assiduamente as Escrituras sem as pôr em prática encontra a sua condenação na própria leitura; e merece uma condenação tanto mais grave quanto despreza e desdenha em cada dia aquilo que ouve em cada dia. É como um morto, um cadáver sem alma. Podem soar milhares de trombetas aos ouvidos dum morto, que ele não as ouvirá. Da mesma forma, a alma que está morta no pecado, o coração que perdeu a lembrança de Deus não ouve o som nem os gritos da Palavra divina, e a trombeta das palavras espirituais não a impressiona; esta alma está mergulhada no sono da morte.



quarta-feira, 24 de junho de 2015

Um Pedido de Oração (2 Tessalonicenses 3,1-5)


Finalmente, irmãos, orem por nós, para que a palavra do Senhor se propague rapidamente e receba a honra merecida, como aconteceu entre vocês. Orem também para que sejamos libertos dos homens perversos e maus, pois a fé não é de todos. Mas o Senhor é fiel; ele os fortalecerá e os guardará do Maligno. Confiamos no Senhor que vocês estão fazendo e continuarão a fazer as coisas que lhes ordenamos. O Senhor conduza o coração de vocês ao amor de Deus e à perseverança de Cristo.



segunda-feira, 22 de junho de 2015

«Então verás claro» Evangelho segundo S. Mateus 7,1-5.


Livro de Génesis 12,1-9. 
Naqueles dias, o Senhor disse a Abrão: «Deixa a tua terra, a tua família e a casa de teu pai e vai para a terra que Eu te indicar.
Farei de ti uma grande nação e te abençoarei; engrandecerei o teu nome e serás uma bênção.
Abençoarei a quem te abençoar, amaldiçoarei a quem te amaldiçoar; por ti serão abençoadas todas as nações da terra».
Abrão partiu, como o Senhor lhe tinha ordenado, e levou consigo Lot. Abrão tinha setenta e cinco anos quando saiu de Harã.
Tomou consigo Sarai sua esposa, seu sobrinho Lot, todos os bens que possuía e os servos que reunira em Harã, e partiram em direção à terra de Canaã. Tendo chegado à terra de Canaã,
Abrão atravessou o país até ao lugar de Siquém, até ao Carvalho de Moré. Os cananeus viviam então naquela terra.
O Senhor apareceu a Abrão e disse-lhe: «Darei esta terra à tua descendência». E Abrão ergueu ali um altar ao Senhor, que lhe tinha aparecido.
Subindo dali até ao monte situado ao oriente de Betel, armou lá a sua tenda, entre Betel ao ocidente e Hai ao oriente, ergueu um altar ao Senhor e invocou o seu nome.
Depois foi prosseguindo de acampamento em acampamento, até chegar ao Negueb.



Livro de Salmos 33(32),12-13.18-19.20.22. 
Feliz a nação que tem o Senhor por seu Deus,
o povo que Ele escolheu para sua herança.
Do Céu o Senhor contempla
e observa todos os homens.

Os olhos do Senhor estão voltados para os que O temem, para os que esperam na sua bondade,
para libertar da morte as suas almas
e os alimentar no tempo da fome.
A nossa alma espera o Senhor:

Ele é o nosso amparo e protetor.
Venha sobre nós a vossa bondade,
porque em Vós esperamos, Senhor




Evangelho segundo S. Mateus 7,1-5. 
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Não julgueis e não sereis julgados.
Segundo o julgamento que fizerdes sereis julgados, segundo a medida com que medirdes vos será medido.
Porque olhas o argueiro que o teu irmão tem na vista e não reparas na trave que está na tua?
Como poderás dizer a teu irmão: ‘Deixa-me tirar o argueiro que tens na vista’, enquanto a trave está na tua?
Hipócrita, tira primeiro a trave da tua vista e então verás bem para tirar o argueiro da vista do teu irmão».

«Então verás claro»

Certas pessoas convertem em maus humores todos os alimentos que absorvem, mesmo que sejam alimentos de boa qualidade. A responsabilidade não é dos alimentos, mas do temperamento dessas pessoas, que altera os alimentos. Da mesma maneira, se a nossa alma tiver uma disposição má, tudo lhe fará mal; até as coisas vantajosas serão por ela transformadas em coisas prejudiciais. Não é verdade que, se deitarmos umas ervas amargas num pote de mel, as ervas alteram todo o conteúdo do pote, tornando amargo o mel? É isso que nós fazemos: espalhamos um pouco do nosso azedume e destruímos o bem do próximo, olhando para ele a partir da nossa má disposição.

Há outras pessoas que têm um temperamento que transforma tudo em bons humores, incluindo os alimentos nocivos. […] Os porcos têm uma excelente constituição. Comem cascas, caroços de tâmaras e lixo. Contudo, transformam estes alimentos em viandas suculentas. Também nós, se tivermos bons hábitos e um bom estado de alma, tudo poderemos aproveitar, incluindo aquilo que não é aproveitável. Muito bem diz o Livro dos Provérbios: «Quem olha com doçura obterá misericórdia» (12,13). Mas também: «Todas as coisas são contrárias ao homem insensato» (14,7).

Ouvi dizer de um irmão que, quando ia visitar outro irmão e encontrava a cela descuidada e desordenada, pensava: «Que feliz que é este irmão, que está completamente desprendido das coisas terrenas, elevando totalmente o seu espírito para o alto, de tal maneira que nem tem tempo para arrumar a cela!» Quando ia visitar outro irmão e encontrava a cela arrumada e em boa ordem, pensava: «A cela deste irmão está tão arrumada como a sua alma. Tal como a sua alma, assim é a sua cela.» E nunca dizia de nenhum deles: «Este é desordenado», ou: «Este é frívolo.» Graças ao seu excelente estado de alma, de tudo tirava proveito. Que Deus, na sua bondade, nos dê também um estado bom para que possamos tudo aproveitar, sem nunca pensarmos mal do próximo. Se a nossa malícia nos inspirar juízos e suspeitas, transformemo-os rapidamente. Pois não ver o mal do próximo engendra, com a ajuda de Deus, a bondade.



domingo, 21 de junho de 2015

«Porquê ter medo?»







Livro de Job 38,1.8-11.
O Senhor respondeu a Job do meio da tempestade, dizendo:
«Quem encerrou o mar entre dois batentes, quando ele irrompeu do seio do abismo,
quando Eu o revesti de neblina e o envolvi com uma nuvem sombria,
quando lhe fixei limites e lhe tranquei portas e ferrolhos?
E disse-lhe: ‘Chegarás até aqui e não irás mais além, aqui se quebrará a altivez das tuas vagas’».



Livro de Salmos 107(106),23-24.25-26.28-29.30-31.
Os que se fizeram ao mar nos seus navios,
para fazer comércio na imensidão das águas,
esses viram os prodígios do Senhor
e as suas maravilhas no alto mar.

À sua palavra, soprou um vento de tempestade,
que fez encapelar as ondas:
subiam até aos céus, desciam até ao abismo,
lutavam entre a vida e a morte.

Na sua angústia invocaram o Senhor,
e Ele salvou-os da aflição.
Transformou o temporal em brisa suave,
e as ondas do mar amainaram.

Alegraram-se ao vê-las acalmadas,
e Ele conduziu-os ao porto desejado.
Graças ao Senhor pela sua misericórdia,
pelos seus prodígios em favor dos homens.




2ª Carta aos Coríntios 5,14-17. 
Irmãos: O amor de Cristo nos impele, ao pensarmos que um só morreu por todos e que todos, portanto, morreram.
Cristo morreu por todos, para que os vivos deixem de viver para si próprios, mas vivam para Aquele que morreu e ressuscitou por eles.
Assim, daqui em diante, já não conhecemos ninguém segundo a carne. Ainda que tenhamos conhecido a Cristo segundo a carne, agora já não O conhecemos assim.
Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura. As coisas antigas passaram: tudo foi renovado.



Evangelho segundo S. Marcos 4,35-41. 
Naquele dia, ao cair da tarde, Jesus disse aos seus discípulos: «Passemos à outra margem do lago».
Eles deixaram a multidão e levaram Jesus consigo na barca em que estava sentado. Iam com Ele outras embarcações.
Levantou-se então uma grande tormenta, e as ondas eram tão altas que enchiam a barca de água.
Jesus, à popa, dormia com a cabeça numa almofada. Eles acordaram-n’O e disseram: «Mestre, não Te importas que pereçamos?».
Jesus levantou-Se, falou ao vento imperiosamente e disse ao mar: «Cala-te e está quieto». O vento cessou e fez-se grande bonança.
Depois disse aos discípulos: «Porque estais tão assustados? Ainda não tendes fé?».
Eles ficaram cheios de temor e diziam uns para os outros: «Quem é este homem, que até o vento e o mar Lhe obedecem?».

«Porquê ter medo?»

Os discípulos aproximam-se dele, despertam-No e dizem: «Senhor, ajuda-nos que perecemos!» [...] Ó bem-aventurados, ó verdadeiros discípulos de Deus, tendes convosco o Senhor, vosso Salvador e temeis? A Vida está convosco e e inquieta-vos a vossa morte? Tirais do sono o Criador, como se Ele não pudesse, mesmo a dormir, acalmar as ondas, fazer cessar a tempestade!

Que respondem a isto os discípulos bem-amados? Somos criancinhas ainda fracas. Ainda não somos homens vigorosos. [...] Ainda não vimos a cruz; a Paixão do Senhor, a sua ressurreição, a sua ascensão aos céus, a descida do Espírito Santo Paráclito ainda nos não tornaram sólidos. [...] O Senhor tem razão ao dizer-nos: «Porque temeis, homens de pouca fé?» Porque estais sem força? Porquê essa falta de confiança? Porquê tão pouca temeridade quando tendes a Confiança convosco? Mesmo que a morte irrompesse, não deveríeis suportá-la com grande constância? Em tudo aquilo que acontece, dar-vos-ei a força necessária, em todos os perigos, em todas as provas, incluindo a saída da alma do seu corpo. [...] Se, nos perigos, a minha força é necessária para tudo suportardes com fé, como homens, quanto mais necessária não será ela para não caírdes nas tentações desta vida!

Porque vos perturbais, gente de pouca fé? Sabeis que tenho poder sobre a terra; porque não acreditais que tenho também poder sobre o mar? Se Me reconheceis como verdadeiro Deus e Criador de tudo, porque não acreditais que tenho poder sobre tudo o que criei? Então, «falou ao vento imperiosamente e disse ao mar: "Cala-te e está quieto". O vento cessou e fez-se grande bonança.»



sábado, 20 de junho de 2015

«Se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã será lançada ao fogo, como não fará muito mais por vós, homens de pouca fé?» Evangelho segundo S. Mateus 6,24-34.



2ª Carta aos Coríntios 12,1-10. 
Irmãos: É preciso gloriar-me? Na verdade, não convém. No entanto, falarei agora das visões e revelações do Senhor.
Conheço um homem em Cristo, que há catorze anos __ com o corpo ou sem o corpo, não sei; Deus o sabe __ foi arrebatado até ao terceiro Céu.
E sei que esse homem __ com o corpo ou sem o corpo, não sei; Deus o sabe
foi arrebatado até ao Paraíso e ouviu palavras inefáveis, que um homem não pode repetir.
Desse homem posso gloriar-me. Mas quanto a mim, não me gloriarei senão das minhas fraquezas.
Se quisesse gloriar-me, não seria insensato, pois só diria a verdade. Mas quero evitá-lo, para que ninguém faça de mim uma ideia superior ao que vê em mim ou ouve dizer de mim.
Para que a grandeza das revelações não me ensoberbeça, foi-me deixado um espinho na carne, __ um anjo de Satanás que me esbofeteia __ para que não me orgulhe.
Por três vezes roguei ao Senhor que o afastasse de mim.
Mas Ele disse-me: «Basta-te a minha graça, porque é na fraqueza que se manifesta todo o meu poder». Por isso, de boa vontade me gloriarei das minhas fraquezas, para que habite em mim o poder de Cristo.
Alegro-me nas minhas fraquezas, nas afrontas, nas adversidades, nas perseguições e nas angústias sofridas por amor de Cristo, porque, quando sou fraco, então é que sou forte.



Livro de Salmos 34(33),8-9.10-11.12-13. 
O Anjo do Senhor protege os que O temem
e defende-os dos perigos.
Saboreai e vede como o Senhor é bom: feliz o homem que n’Ele se refugia.

Temei o Senhor, vós os seus fiéis, porque nada falta aos que O temem.
Os poderosos empobrecem e passam fome, aos que procuram o Senhor não faltará riqueza alguma.
Vinde, filhos, escutai-me,

vou ensinar-vos o temor do Senhor.
Qual é o homem que ama a vida,
que deseja longos dias de felicidade?




Evangelho segundo S. Mateus 6,24-34. 
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há-de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro.
Por isso vos digo: «Não vos preocupeis, quanto à vossa vida, com o que haveis de comer, nem, quanto ao vosso corpo, com o que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que o vestuário?
Olhai para as aves do céu: não semeiam nem ceifam nem recolhem em celeiros; o vosso Pai celeste as sustenta. Não valeis vós muito mais do que elas?
Quem de entre vós, por mais que se preocupe, pode acrescentar um só côvado à sua estatura?
E porque vos inquietais com o vestuário? Olhai como crescem os lírios do campo: não trabalham nem fiam;
mas Eu vos digo: nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles.
Se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao forno, não fará muito mais por vós, homens de pouca fé?
Não vos inquieteis, dizendo: ‘Que havemos de comer? Que havemos de beber? Que havemos de vestir?’
Os pagãos é que se preocupam com todas estas coisas. Bem sabe o vosso Pai celeste que precisais de tudo isso.
Procurai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais vos será dado por acréscimo.
Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, porque o dia de amanhã tratará das suas inquietações. A cada dia basta o seu cuidado».

«Se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã será lançada ao fogo, como não fará muito mais por vós, homens de pouca fé?»

Em nome do Deus santo, tomo hoje a pena para que as minhas palavras, que se imprimem sobre a folha branca, sirvam de louvor perpétuo ao Deus bendito, autor da minha vida, da minha alma, do meu coração. Gostaria que o universo inteiro, com os planetas, todos os astros e os inúmeros sistemas estelares, fosse uma imensa extensão, polida e brilhante, onde eu pudesse escrever o nome de Deus. Gostaria que a minha voz fosse mais potente que mil trovões, mais forte que o estrépito do mar, e mais terrível que o bramido dos vulcões, para dizer apenas: Deus! Gostaria que o meu coração fosse tão grande como o céu, puro como o dos anjos, simples como o da pomba (Mt 10,16), para nele pôr Deus! Mas, dado que toda esta grandeza com que sonhaste não se pode tornar realidade, contenta-te com pouco e contigo, que não és nada, Irmão Rafael, porque o nada deve bastar-te [...].

Por quê calar? Por que escondê-lO? Por que não gritar ao mundo inteiro e bradar aos quatro ventos as maravilhas de Deus? Por que não dizer às pessoas e a todos os que quiserem entender: vêem o que sou? Vêem o que fui? Vêem a minha miséria que se arrasta na lama? Pouco importa: maravilhem-se; apesar de tudo, possuo Deus. Deus é meu amigo! Deus ama-me, a mim, com tal amor que, se o mundo inteiro o compreendesse, todas as criaturas ficariam loucas e bramiriam de assombro. Mas isso ainda é pouco. Deus ama-me tanto, que nem os próprios anjos o compreendem! (cf 1Ped 1,12) A misericórdia de Deus é grande! Amar-me, a mim, ser meu Amigo, meu Irmão, meu Pai, meu Senhor, sendo Ele Deus, e eu o que sou!

Ah, meu Jesus, não tenho nem papel, nem pena. Que posso dizer! Como não enlouquecer?



quarta-feira, 17 de junho de 2015

«Quando rezares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora a teu Pai em segredo» Evangelho segundo S. Mateus 6,1-6.16-18.


2ª Carta aos Coríntios 9,6-11.
Irmãos: Lembrai-vos disto: Quem semeia pouco também colherá pouco e quem semeia abundantemente também colherá abundantemente.
Dê cada um segundo o impulso do seu coração, sem tristeza nem constrangimento, porque Deus ama aquele que dá com alegria.
E Deus é poderoso para vos cumular de todas as graças, de modo que, tendo sempre e em tudo o necessário, vos fique ainda muito para toda a espécie de boas obras,
como está escrito: «Repartiu com largueza pelos pobres; a sua justiça permanece para sempre».
Aquele que dá a semente ao semeador e o pão para alimento também vos dará a semente em abundância e multiplicará os frutos da vossa justiça.
Sereis enriquecidos em tudo e podereis praticar a mais larga generosidade, que fará subir, por nosso intermédio, a ação de graças a Deus.



Livro de Salmos 112(111),1-2.3-4.9. 
Feliz o homem que teme o Senhor
e ama ardentemente os seus preceitos.
A sua descendência será poderosa sobre a terra,
será abençoada a geração dos justos.

Haverá em sua casa abundância e riqueza,
a sua generosidade permanece para sempre.
Brilha aos homens rectos, como luz nas trevas,
o homem misericordioso, compassivo e justo.


Ditoso o homem que se compadece e empresta
e dispõe das suas coisas com justiça.
Reparte do que é seu com os pobres;

a sua generosidade subsistirá para sempre.



Evangelho segundo S. Mateus 6,1-6.16-18. 
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Tende cuidado em não praticar as vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles. Aliás, não tereis nenhuma recompensa do vosso Pai que está nos Céus.
Assim, quando deres esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa.
Quando deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita,
para que a tua esmola fique em segredo; e teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa.
Quando rezardes, não sejais como os hipócritas, porque eles gostam de orar de pé, nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa.
Tu, porém, quando rezares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora a teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa.
Quando jejuardes, não tomeis um ar sombrio, como os hipócritas, que desfiguram o rosto, para mostrarem aos homens que jejuam. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa.
Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto,
para que os homens não percebam que jejuas, mas apenas o teu Pai, que está presente no que é oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa».

«Quando rezares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora a teu Pai em segredo»

Entrar no fundo da tua casa é entrar no teu coração. Felizes os que se alegram por entrar no seu próprio coração e nele não encontram mal. [...]

São de lamentar aqueles que, ao entrarem em sua casa, podem recear ser dela expulsos por causa de duras disputas com os seus. Mas muito mais infelizes são aqueles que não ousam sequer entrar na sua consciência, com medo de serem expulsos pelo remorso dos seus pecados. Se queres entrar com prazer no teu coração, purifica-o: «felizes os corações puros, porque verão a Deus» (Mt 5,8). Arranca do teu coração as nódoas da cupidez, as manchas da avareza, a úlcera da superstição; arranca os sacrilégios, os maus pensamentos, os ódios, não só para com os teus amigos mas também para com os teus inimigos. Arranca tudo isso; depois, entra no teu coração e nele serás feliz.



terça-feira, 16 de junho de 2015

Bendiga o Senhor a minha alma! (Salmo 104)



Bendiga o Senhor a minha alma!
Ó Senhor, meu Deus, tu és tão grandioso!
Estás vestido de majestade e esplendor!
Envolto em luz como numa veste,
ele estende os céus como uma tenda,
e põe sobre as águas dos céus
    as vigas dos seus aposentos.
Faz das nuvens a sua carruagem
    e cavalga nas asas do vento.
Faz dos ventos seus mensageiros
    e dos clarões reluzentes seus servos.
Firmaste a terra sobre os seus fundamentos
para que jamais se abale;
com as torrentes do abismo a cobriste,
    como se fossem uma veste;
as águas subiram acima dos montes.
Diante das tuas ameaças as águas fugiram,
puseram-se em fuga ao som do teu trovão;
subiram pelos montes
    e escorreram pelos vales,
para os lugares que tu lhes designaste.
Estabeleceste um limite
    que não podem ultrapassar;
jamais tornarão a cobrir a terra.
10 Fazes jorrar as nascentes nos vales
e correrem as águas entre os montes;
11 delas bebem todos os animais selvagens,
e os jumentos selvagens saciam a sua sede.
12 As aves do céu fazem ninho junto às águas
e entre os galhos põem-se a cantar.
13 Dos teus aposentos celestes
    regas os montes;
sacia-se a terra com o fruto das tuas obras!
14 É o Senhor que faz crescer o pasto para o gado,
e as plantas que o homem cultiva,
    para da terra tirar o alimento:
15 o vinho, que alegra o coração do homem;
o azeite, que lhe faz brilhar o rosto,
e o pão que sustenta o seu vigor.
16 As árvores do Senhor são bem regadas,
os cedros do Líbano que ele plantou;
17 nelas os pássaros fazem ninho,
e nos pinheiros a cegonha tem o seu lar.
18 Os montes elevados pertencem
    aos bodes selvagens,
e os penhascos são um refúgio para os coelhos.
19 Ele fez a lua para marcar estações;
o sol sabe quando deve se pôr.
20 Trazes trevas, e cai a noite,
quando os animais da floresta vagueiam.
21 Os leões rugem à procura da presa,
buscando de Deus o alimento,
22 mas ao nascer do sol eles se vão
e voltam a deitar-se em suas tocas.
23 Então o homem sai para o seu trabalho,
para o seu labor até o entardecer.
24 Quantas são as tuas obras, Senhor!
Fizeste todas elas com sabedoria!
A terra está cheia de seres que criaste.
25 Eis o mar, imenso e vasto.
Nele vivem inúmeras criaturas,
seres vivos, pequenos e grandes.
26 Nele passam os navios,
    e também o Leviatã,
que formaste para com ele brincar.
27 Todos eles dirigem seu olhar a ti,
esperando que lhes dês o alimento no tempo certo;
28 tu lhes dás, e eles o recolhem,
abres a tua mão, e saciam-se de coisas boas.
29 Quando escondes o rosto,
    entram em pânico;
quando lhes retiras o fôlego,
    morrem e voltam ao pó.
30 Quando sopras o teu fôlego,
    eles são criados,
e renovas a face da terra.
31 Perdure para sempre a glória do Senhor!
Alegre-se o Senhor em seus feitos!
32 Ele olha para a terra, e ela treme,
toca os montes, e eles fumegam.
33 Cantarei ao Senhor toda a minha vida;
louvarei ao meu Deus enquanto eu viver.
34 Seja-lhe agradável a minha meditação,
pois no Senhor tenho alegria.
35 Sejam os pecadores eliminados da terra
e deixem de existir os ímpios.
Bendiga o Senhor a minha alma!
Aleluia!