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domingo, 2 de abril de 2017

Justiça e misericórdia

Livro de Salmos 23(22),1-3a.3b-4.5.6. 

O Senhor é meu pastor: nada me falta. 
Leva-me a descansar em verdes prados, 
conduz-me às águas refrescantes 
e reconforta a minha alma. 

Ele me guia por sendas direitas por amor do seu nome. 
Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos, 
não temerei nenhum mal, porque Vós estais comigo: 
o vosso cajado e o vosso báculo 

me enchem de confiança. 
Para mim preparais a mesa 
à vista dos meus adversários; 
com óleo me perfumais a cabeça 

e meu cálice transborda. 
A bondade e a graça hão-de acompanhar-me 
todos os dias da minha vida, 
e habitarei na casa do Senhor 
para todo o sempre. 

Evangelho segundo S. João 8,1-11. 

Naquele tempo, Jesus foi para o monte das Oliveiras. 
Mas de manhã cedo, apareceu outra vez no templo, e todo o povo se aproximou d’Ele. Então sentou-Se e começou a ensinar. 
Os escribas e os fariseus apresentaram a Jesus uma mulher surpreendida em adultério, colocaram-na no meio dos presentes e disseram a Jesus: 
«Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. 
Na Lei, Moisés mandou-nos apedrejar tais mulheres. Tu que dizes?». 
Falavam assim para Lhe armarem uma cilada e terem pretexto para O acusar. Mas Jesus inclinou-Se e começou a escrever com o dedo no chão. 
Como persistiam em interrogá-l’O, ergueu-Se e disse-lhes: «Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra». 
Inclinou-Se novamente e continuou a escrever no chão. 
Eles, porém, quando ouviram tais palavras, foram saindo um após outro, a começar pelos mais velhos, e ficou só Jesus e a mulher, que estava no meio. 
Jesus ergueu-Se e disse-lhe: «Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?». 
Ela respondeu: «Ninguém, Senhor». Disse então Jesus: «Nem Eu te condeno. Vai e não tornes a pecar». 

Justiça e misericórdia


Os fariseus disseram uns aos outros a propósito de Jesus: «Ele tem fama de ser verdadeiro, e respira ternura; é no campo da justiça que temos de O atacar. Vamos trazer-Lhe uma mulher apanhada em flagrante delito de adultério e recordar-Lhe o que a Lei ordena sobre essa matéria». 

Que responde o Senhor Jesus? Que responde a Verdade? Que responde a Sabedoria? Que responde a própria Justiça assim posta em causa? Jesus não diz: «Que ela não seja lapidada», porque não quer opor-Se à Lei. Contudo, também não diz: «Que seja lapidada», porque não veio para perder o que tinha encontrado, mas para procurar o que estava perdido. Que responde então? Vede como Ele estava cheio ao mesmo tempo de justiça, de ternura e de verdade: «Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra». Resposta de sabedoria, que os faz entrar em si mesmos! As suas manobras eram exteriores, mas não olhavam para o fundo do seu próprio coração. Viam a adúltera, mas não se observavam a si mesmos. [...] 

Esta é a voz da justiça: que a culpada seja punida, mas não por culpados; que a Lei seja executada, mas não por quem viola a Lei. [...] Feridos por esta justiça como pelo ferro de uma lança, eles entraram em si mesmos e, descobrindo-se pecadores, «foram saindo um após outro».




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