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sexta-feira, 24 de julho de 2015

«Cem, sessenta e trinta por um» Evangelho segundo S. Mateus 13,18-23.


Livro de Êxodo 20,1-17. 
Naqueles dias, Deus pronunciou todas estas palavras:
«Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egipto, dessa casa da escravidão.
Não terás outros deuses diante de Mim.
Não farás para ti qualquer imagem esculpida, nem figura do que existe lá no alto dos céus ou cá em baixo na terra ou nas águas debaixo da terra.
Não adorarás outros deuses nem lhes prestarás culto. Eu, o Senhor teu Deus, sou um Deus cioso: castigo a ofensa dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que Me ofendem;
mas uso de misericórdia até à milésima geração para com aqueles que Me amam e guardam os meus mandamentos.
Não invocarás em vão o nome do Senhor teu Deus, porque o Senhor não deixa sem castigo aquele que invoca o seu nome em vão.
Lembrar-te-ás do dia de sábado, para o santificares.
Durante seis dias trabalharás e levarás a cabo todas as tuas tarefas.
Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus. Não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo nem a tua serva, nem os teus animais domésticos, nem o estrangeiro que vive na tua cidade.
Porque em seis dias o Senhor fez o céu, a terra, o mar e tudo o que eles contêm; mas no sétimo dia descansou. Por isso, o Senhor abençoou e consagrou o dia de sábado.
Honra pai e mãe, a fim de prolongares os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te vai dar.
Não matarás.
Não cometerás adultério.
Não furtarás.
Não levantarás falso testemunho contra o teu próximo.
Não cobiçarás a casa do teu próximo; não desejarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo nem a sua serva, o seu boi ou o seu jumento, nem coisa alguma que lhe pertença».



Livro de Salmos 19(18),8.9.10.11. 
A lei do Senhor é perfeita,
ela reconforta a alma;
as ordens do Senhor são firmes,
dão sabedoria aos simples.

Os preceitos do Senhor são retos
e alegram o coração;
os mandamentos do Senhor são claros
e iluminam os olhos.

O temor do Senhor é puro
e permanece para sempre;
os juízos do Senhor são verdadeiros,
todos eles são retos.

São mais preciosos que o ouro,
o ouro mais fino;
são mais doces que o mel,
o puro mel dos favos.




Evangelho segundo S. Mateus 13,18-23. 
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Escutai o que significa a parábola do semeador:
Quando um homem ouve a palavra do reino e não a compreende, vem o Maligno e arrebata o que foi semeado no seu coração. Este é o que recebeu a semente ao longo do caminho.
Aquele que recebeu a semente em sítios pedregosos é o que ouve a palavra e a acolhe de momento com alegria, mas não tem raiz em si mesmo, porque é inconstante, e, ao chegar a tribulação ou a perseguição por causa da palavra, sucumbe logo.
Aquele que recebeu a semente entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo e a sedução da riqueza sufocam a palavra, que assim não dá fruto.
E aquele que recebeu a palavra em boa terra é o que ouve a palavra e a compreende. Esse dá fruto e produz ora cem, ora sessenta, ora trinta por um».

«Cem, sessenta e trinta por um»

A sementeira foi feita pelos apóstolos e pelos profetas, mas é o próprio Senhor que semeia. É o próprio Senhor que está presente neles, pois foi o próprio Senhor que fez a colheita. Porque, sem Ele, eles não são nada, enquanto Ele, sem eles, permanece na sua perfeição. Com efeito, Ele disse-lhes: «Sem Mim nada podeis fazer» (Jo 15,5). Semeando, pois, entre as nações, que disse Cristo? «Um semeador saiu para semear» (Mt 13,3). Noutro texto, os semeadores foram enviados para colher; agora, o semeador sai para semear, e não se queixa do trabalho. Com efeito, que importa que o grão de trigo caia à beira do caminho, sobre as pedras ou entre os espinhos? Se ele se deixasse desencorajar por estes lugares ingratos, não avançaria até à boa terra! [...]

É de nós que Ele está a falar: seremos esse caminho, essas pedras, esses espinhos? Queremos ser a boa terra? Dispomos o nosso coração para produzir trinta vezes mais, sessenta vezes mais, cem vezes, mil vezes mais? Trinta vezes, mil vezes, sempre trigo e apenas trigo. Não sejamos mais esse caminho onde a semente é pisada por quem passa e onde o nosso inimigo a agarra como os pássaros. Nem essas pedras onde uma terra pouco profunda faz germinar rapidamente um grão que não consegue resistir ao calor do sol. Nunca mais esses espinhos, as ambições deste mundo, este hábito de fazer o mal. Com efeito, que coisa pior pode haver do que aplicar todos os esforços a uma vida que impede de chegar à Vida? Que coisa mais infeliz que escolher a vida para perder a Vida? Que coisa mais triste que temer a morte para sucumbir ao poder da morte? Arranquemos os espinhos, preparemos o terreno, recebamos a semente, aguentemos até à colheita, aspiremos a ser arrecadados nos celeiros.



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