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segunda-feira, 30 de março de 2015

Evangelho comentou, «Os pobres sempre os tendes convosco, mas a Mim não me tendes sempre.»

Livro de Isaías 42,1-7. 

«Eis o meu servo, a quem Eu protejo, o meu eleito, enlevo da minha alma. Sobre ele fiz repousar o meu espírito, para que leve a justiça às nações. 
Não gritará, nem levantará a voz, nem se fará ouvir nas praças; 
não quebrará a cana fendida, nem apagará a torcida que ainda fumega: mas proclamará fielmente a justiça. 
Não desfalecerá nem desistirá, enquanto não estabelecer a justiça na terra, a doutrina que as ilhas longínquas esperam». 
Assim fala o Senhor Deus, que criou e estendeu os céus, consolidou a terra e o que ela produz, dá vida ao povo que a habita e respiração aos que sobre ela caminham: 
«Fui Eu, o Senhor, que te chamei segundo a justiça; tomei-te pela mão, formei-te e fiz de ti a aliança do povo e a luz das nações, 
para abrires os olhos aos cegos, tirares do cárcere os prisioneiros e da prisão os que habitam nas trevas». 



Livro de Salmos 27(26),1.2.3.13-14. 

O Senhor é minha luz e salvação: 
a quem hei-de temer? 
O Senhor é a defesa da minha vida: 
de quem hei-de ter medo? 

Quando os malvados me assaltaram 
para devorar a minha carne, 
foram eles, meus inimigos e adversários, 
que vacilaram e caíram. 

Se um exército me vier cercar, 
o meu coração não temerá. 
Se contra mim travarem batalha, 
mesmo assim terei confiança. 

Espero vir a contemplar a bondade do Senhor 
na terra dos vivos. 
Confia no Senhor, sê forte. 
Tem confiança e confia no Senhor. 




Evangelho segundo S. João 12,1-11. 

Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia, onde vivia Lázaro, que Ele tinha ressuscitado dos mortos. 
Ofereceram-Lhe lá um jantar: Marta andava a servir e Lázaro era um dos que estavam à mesa com Jesus. 
Então Maria tomou uma libra de perfume de nardo puro, de alto preço, ungiu os pés de Jesus e enxugou-Lhos com os cabelos; e a casa encheu-se com o perfume do bálsamo. 
Disse então Judas Iscariotes, um dos discípulos, aquele que havia de entregar Jesus: 
«Porque não se vendeu este perfume por trezentos denários, para dar aos pobres?» 
Disse isto, não porque se importava com os pobres, mas porque era ladrão e, tendo a bolsa comum, tirava o que nela se lançava. 
Jesus respondeu-lhe: «Deixa-a em paz: ela tinha guardado o perfume para o dia da minha sepultura. 
Pobres, sempre os tereis convosco; mas a Mim, nem sempre Me tereis». 
Soube então grande número de judeus que Jesus Se encontrava ali e vieram, não só por causa de Jesus, mas também para verem Lázaro, que Ele tinha ressuscitado dos mortos. 
Entretanto, os príncipes dos sacerdotes resolveram matar também Lázaro, 
porque muitos judeus, por causa dele, se afastavam e acreditavam em Jesus. 


«Os pobres sempre os tendes convosco, mas a Mim não me tendes sempre.»

«Maria ungiu os pés de Jesus com uma libra de perfume de nardo puro, de alto preço, e enxugou-Lhos com os seus cabelos. A casa encheu-se com a fragrância do perfume.» Eis o facto histórico; procuremos o simbólico. Sejas tu quem fores, se quiseres ser uma alma fiel, unge com Maria os pés do Senhor com perfume. Esse perfume é a rectidão. […] Deita perfume sobre os pés do Senhor. Segue as pegadas do Senhor com uma vida santa. Enxuga os seus pés com os teus cabelos: se tens coisas supérfluas, dá-as aos pobres e assim terás enxugado os pés do Senhor. […] Talvez os pés do Senhor na terra sejam os necessitados. Pois não é dos seus membros (Ef 5,30) que Ele dirá no fim do mundo: «Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes» (Mt 25,40)?

«A casa encheu-se com a fragrância do perfume.» Quer dizer, o mundo encheu-se da boa reputação desta mulher, porque o bom odor é como a boa reputação. Aqueles que associam o nome de cristãos a uma vida desonesta injuriam a Cristo […]; se o nome de Deus é blasfemado por esses maus cristãos, ele é, pelo contrário, louvado e glorificado pelos bons: «somos em toda a parte o bom odor de Cristo» (cf 2Cor 2,14-15). E diz também o Cântico dos Cânticos: «A tua fama é odor que se difunde» (1,3).







domingo, 29 de março de 2015

Salmo 27(26),1


O Ministério da Reconciliação (2 Coríntios 5,11-21)

11 Uma vez que conhecemos o temor ao Senhor, procuramos persuadir os homens. O que somos está manifesto diante de Deus, e esperamos que esteja manifesto também diante da consciência de vocês. 12 Não estamos tentando novamente recomendar-nos a vocês, porém lhes estamos dando a oportunidade de exultarem em nós, para que tenham o que responder aos que se vangloriam das aparências e não do que está no coração. 13 Se enlouquecemos, é por amor a Deus; se conservamos o juízo, é por amor a vocês. 14 Pois o amor de Cristo nos constrange, porque estamos convencidos de que um morreu por todos; logo, todos morreram. 15 E ele morreu por todos para que aqueles que vivem já não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.

16 De modo que, de agora em diante, a ninguém mais consideramos do ponto de vista humano. Ainda que antes tenhamos considerado Cristo dessa forma, agora já não o consideramos assim. 17 Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas! 18 Tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, 19 ou seja, que Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo, não levando em conta os pecados dos homens, e nos confiou a mensagem da reconciliação. 20 Portanto, somos embaixadores de Cristo, como se Deus estivesse fazendo o seu apelo por nosso intermédio. Por amor a Cristo lhes suplicamos: Reconciliem-se com Deus. 21 Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus.


sábado, 28 de março de 2015

Evangelho comentou, DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR, S. Marcos 14,1-72.15,1-47

Livro de Isaías 50,4-7. 
O Senhor deu-me a graça de falar como um discípulo, para que eu saiba dizer uma palavra de alento aos que andam abatidos. Todas as manhãs Ele desperta os meus ouvidos, para eu escutar, como escutam os discípulos. 
O Senhor Deus abriu-me os ouvidos e eu não resisti nem recuei um passo. 
Apresentei as costas àqueles que me batiam e a face aos que me arrancavam a barba; não desviei o meu rosto dos que me insultavam e cuspiam.
Mas o Senhor Deus veio em meu auxílio, e por isso não fiquei envergonhado; tornei o meu rosto duro como pedra, e sei que não ficarei desiludido.



Livro de Salmos 22(21),8-9.17-18a.19-20.23-24. 
Todos os que me vêm escarnecem de mim, 
estendem os lábios e meneiam a cabeça: 
«Confiou no Senhor, Ele que o livre, 
Ele que o salve, se é seu amigo». 

Matilhas de cães me rodearam, 
cercou-me um bando de malfeitores. 
Trespassaram as minhas mãos e os meus pés, 
posso contar todos os meus ossos. 

Repartiram entre si as minhas vestes 
e deitaram sortes sobre a minha túnica. 
Mas Vós, Senhor, não Vos afasteis de mim, 
sois a minha força, apressai-Vos a socorrer-me. 

Hei-de falar do vosso nome aos meus irmãos, 
hei-de louvar-Vos no meio da assembleia. 
Vós que temeis o Senhor, louvai-O, 
glorificai-O, vós todos os filhos de Jacob, 

reverenciai-O, vós todos os filhos de Israel. 



Carta aos Filipenses 2,6-11. 
Cristo Jesus, que era de condição divina, não Se valeu da sua igualdade com Deus, 
mas aniquilou-Se a Si próprio. Assumindo a condição de servo, tornou-Se semelhante aos homens. Aparecendo como homem, 
humilhou-Se ainda mais, obedecendo até à morte e morte de cruz. 
Por isso Deus O exaltou e Lhe deu um nome que está acima de todos os nomes, 
para que ao nome de Jesus todos se ajoelhem no céu, na terra e nos abismos, 
e toda a língua proclame que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai. 



Evangelho segundo S. Marcos 14,1-72.15,1-47. 
Faltavam dois dias para a festa da Páscoa e dos Ázimos, e os príncipes dos sacerdotes e os escribas procuravam maneira de se apoderarem de Jesus à traição, para Lhe darem a morte. 
Mas diziam: «Durante a festa, não, para que não haja algum tumulto entre o povo». 
Jesus encontrava-Se em Betânia, em casa de Simão o Leproso, e, estando à mesa, veio uma mulher que trazia um vaso de alabastro com perfume de nardo puro de alto preço. Partiu o vaso de alabastro e derramou-o sobre a cabeça de Jesus. 
Alguns indignaram-se e diziam entre si: «Para que foi esse desperdício de perfume? 
Podia vender-se por mais de duzentos denários e dar o dinheiro aos pobres». E censuravam a mulher com aspereza. 
Mas Jesus disse: «Deixai-a. Porque estais a importuná-la? Ela fez uma boa ação para comigo. 
Na verdade, sempre tereis os pobres convosco e, quando quiserdes, podereis fazer-lhes bem; mas a Mim, nem sempre Me tereis. 
Ela fez o que estava ao seu alcance: ungiu de antemão o meu corpo para a sepultura. 
Em verdade vos digo: Onde quer que se proclamar o Evangelho, pelo mundo inteiro, dir-se-á também em sua memória o que ela fez». 
Então, Judas Iscariotes, um dos Doze, foi ter com os príncipes dos sacerdotes para lhes entregar Jesus. 
Quando o ouviram, alegraram-se e prometeram dar-lhe dinheiro. E ele procurava uma oportunidade para entregar Jesus. 
No primeiro dia dos Ázimos, em que se imolava o cordeiro pascal, os discípulos perguntaram a Jesus: «Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?». 
Jesus enviou dois discípulos e disse-lhes: «Ide à cidade. Virá ao vosso encontro um homem com uma bilha de água. Segui-o e, onde ele entrar, 
dizei ao dono da casa: ‘O Mestre pergunta: Onde está a sala, em que hei-de comer a Páscoa com os meus discípulos?’. 
Ele vos mostrará uma grande sala no andar superior, alcatifada e pronta. Preparai-nos lá o que é preciso» 
Os discípulos partiram e foram à cidade. Encontraram tudo como Jesus lhes tinha dito e prepararam a Páscoa. 
Ao cair da tarde, chegou Jesus com os Doze. 
Enquanto estavam à mesa e comiam, Jesus disse:«Em verdade vos digo: Um de vós, que está comigo à mesa, há-de entregar-Me». 
Eles começaram a entristecer-se e a dizer um após outro: «Serei eu?». 
Jesus respondeu-lhes: «É um dos Doze, que mete comigo a mão no prato. 
O Filho do homem vai partir, como está escrito a seu respeito, mas ai daquele por quem o Filho do homem vai ser traído! Teria sido melhor para esse homem não ter nascido». 
Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, recitou a bênção e partiu-o, deu-o aos discípulos e disse: «Tomai: isto é o meu corpo». 
Depois tomou um cálice, deu graças e entregou-lho. E todos beberam dele. 
Disse Jesus: «Este é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado pela multidão dos homens. 
Em verdade vos digo: Não voltarei a beber do fruto da videira, até ao dia em que beberei do vinho novo no reino de Deus». 
Cantaram os salmos e saíram para o monte das Oliveiras. 
Disse-lhes Jesus: «Todos vós Me abandonareis, como está escrito: ‘Ferirei o pastor e dispersar-se-ão as ovelhas’. 
Mas depois de ressuscitar, irei à vossa frente para a Galileia». 
Disse-Lhe Pedro: «Embora todos Te abandonem, eu não». 
Jesus respondeu-lhe: «Em verdade te digo: Hoje, esta mesma noite, antes de o galo cantar duas vezes, três vezes Me negarás» 
Mas Pedro continuava a insistir: «Ainda que tenha de morrer contigo, não Te negarei». E todos afirmaram o mesmo. 
Entretanto, chegaram a uma propriedade chamada Getsémani, e Jesus disse aos seus discípulos: 
«Ficai aqui, enquanto Eu vou orar». Tomou consigo Pedro, Tiago e João e começou a sentir pavor e angústia. Disse-lhes então: 
«A minha alma está numa tristeza de morte. Ficai aqui e vigiai». 
Adiantando-Se um pouco, caiu por terra e orou para que, se fosse possível, se afastasse d’Ele aquela hora. Jesus dizia: 
«Abá, Pai, tudo Te é possível: afasta de Mim este cálice. Contudo, não se faça o que Eu quero, mas o que Tu queres». 
Depois, foi ter com os discípulos, encontrou-os a dormir e disse a Pedro: «Simão, estás a dormir? Não pudeste vigiar uma hora? 
Vigiai e orai, para não entrardes em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca». 
Afastou-Se de novo e orou, dizendo as mesmas palavras. 
Voltou novamente e encontrou-os a dormir, porque tinham os olhos pesados e não sabiam que responder. 
Jesus voltou pela terceira vez e disse-lhes: «Dormi agora e descansai... Chegou a hora: o Filho do homem vai ser entregue às mãos dos pecadores.
Levantai-vos. Vamos. Já se aproxima aquele que Me vai entregar». 
Ainda Jesus estava a falar, quando apareceu Judas, um dos Doze, e com ele uma grande multidão, com espadas e varapaus, enviada pelos príncipes dos sacerdotes, pelos escribas e os anciãos. 
O traidor tinha-lhes dado este sinal: «Aquele que eu beijar, é esse mesmo. Prendei-O e levai-O bem seguro». 
Logo que chegou, aproximou-se de Jesus e beijou-O, dizendo: «Mestre». 
Então deitaram-Lhe as mãos e prenderam-n’O. 
Um dos presentes puxou da espada e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe uma orelha. 
Jesus tomou a palavra e disse-lhes: «Vós saístes com espadas e varapaus para Me prender, como se fosse um salteador. 
Todos os dias Eu estava no meio de vós, a ensinar no templo, e não Me prendestes! Mas é para se cumprirem as Escrituras». 
Então os discípulos deixaram-n’O e fugiram todos. 
Seguiu-O um jovem, envolto apenas num lençol. Agarraram-no, 
mas ele, largando o lençol, fugiu nu. 
Levaram então Jesus à presença do sumo sacerdote, onde se reuniram todos os príncipes dos sacerdotes, os anciãos e os escribas. 
Pedro, que O seguira de longe, até ao interior do palácio do sumo sacerdote, estava sentado com os guardas, a aquecer-se ao lume. 
Entretanto, os príncipes dos sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam um testemunho contra Jesus para Lhe dar a morte, mas não o encontravam. 
Muitos testemunhavam falsamente contra Ele, mas os seus depoimentos não eram concordes. 
Levantaram-se então alguns, para proferir contra Ele este falso testemunho: 
«Ouvimo-l’O dizer: ‘Destruirei este templo feito pelos homens e em três dias construirei outro que não será feito pelos homens’». 
Mas nem assim o depoimento deles era concorde. 
Então o sumo sacerdote levantou-se no meio de todos e perguntou a Jesus: «Não respondes nada ao que eles depõem contra Ti?». 
Mas Jesus continuava calado e nada respondeu. O sumo sacerdote voltou a interrogá-l’O: «És Tu o Messias, Filho do Deus bendito?». 
Jesus respondeu: «Eu Sou. E vós vereis o Filho do homem sentado à direita do Todo-poderoso vir sobre as nuvens do céu» 
O sumo sacerdote rasgou as vestes e disse: «Que necessidade temos ainda de testemunhas? 
Ouvistes a blasfémia. Que vos parece?». Todos sentenciaram que Jesus era réu de morte. 
Depois, alguns começaram a cuspir-Lhe, a tapar-Lhe o rosto com um véu e a dar-Lhe punhadas, dizendo: «Adivinha». E os guardas davam-Lhe bofetadas. 
Pedro estava em baixo, no pátio, quando chegou uma das criadas do sumo sacerdote. 
Ao vê-lo a aquecer-se, olhou-o de frente e disse-lhe: «Tu também estavas com Jesus, o Nazareno». 
Mas ele negou: «Não sei nem entendo o que dizes» .Depois saiu para o vestíbulo, e o galo cantou. 
A criada, vendo-o de novo, começou a dizer aos presentes: «Este é um deles». 
Mas ele negou segunda vez. Pouco depois, os presentes diziam também a Pedro: «Na verdade, tu és deles, pois também és galileu». 
Mas ele começou a dizer imprecações e a jurar: «Não conheço esse homem de quem falais». 
E logo o galo cantou pela segunda vez. Então Pedro lembrou-se do que Jesus lhe tinha dito: «Antes de o galo cantar duas vezes, três vezes Me negarás». E desatou a chorar. 
Logo de manhã, os sumos sacerdotes reuniram-se em conselho com os anciãos e os doutores da Lei e todo o Sinédrio; e, tendo manietado Jesus, levaram-no e entregaram-no a Pilatos. 
Perguntou-lhe Pilatos: «És Tu o rei dos Judeus?» Jesus respondeu-lhe: «Tu o dizes.» 
Os sumos sacerdotes acusavam-no de muitas coisas. 
Pilatos interrogou-o de novo, dizendo: «Não respondes nada? Vê de quantas coisas és acusado!» 
Mas Jesus nada mais respondeu, de modo que Pilatos estava estupefacto. 
Ora, em cada festa, Pilatos costumava soltar-lhes um preso que eles pedissem. 
Havia um, chamado Barrabás, preso com os insurrectos que tinham cometido um assassínio durante a revolta. 
A multidão chegou e começou a pedir-lhe o que ele costumava conceder. 
Pilatos, respondendo, disse: «Quereis que vos solte o rei dos judeus?» 
Porque sabia que era por inveja que os sumos sacerdotes o tinham entregado. 
Os sumos sacerdotes, porém, instigaram a multidão a pedir que lhes soltasse, de preferência, Barrabás. 
Tomando novamente a palavra, Pilatos disse-lhes: «Então que quereis que faça daquele a quem chamais rei dos judeus?» 
Eles gritaram novamente: «Crucifica-o!» 
Pilatos insistiu: «Que fez Ele de mal?» Mas eles gritaram ainda mais: «Crucifica-o!» 
Pilatos, desejando agradar à multidão, soltou-lhes Barrabás; e, depois de mandar flagelar Jesus, entregou-o para ser crucificado. 
Os soldados levaram-no para dentro do pátio, isto é, para o pretório, e convocaram toda a coorte. 
Revestiram-no de um manto de púrpura e puseram-lhe uma coroa de espinhos, que tinham entretecido. 
Depois, começaram a saudá-lo: «Salve! Ó rei dos judeus!» 
Batiam-lhe na cabeça com uma cana, cuspiam sobre Ele e, dobrando os joelhos, prostravam-se diante dele. 
Depois de o terem escarnecido, tiraram-lhe o manto de púrpura e revestiram-no das suas vestes. Levaram-no, então, para o crucificar. 
Para lhe levar a cruz, requisitaram um homem que passava por ali ao regressar dos campos, um tal Simão de Cirene, pai de Alexandre e de Rufo. 
E conduziram-no ao lugar do Gólgota, que quer dizer 'lugar do Crânio’. 
Queriam dar-lhe vinho misturado com mirra, mas Ele não quis beber. 
Depois, crucificaram-no e repartiram entre si as suas vestes, tirando-as à sorte, para ver o que cabia a cada um. 
Eram umas nove horas da manhã, quando o crucificaram. 
Na inscrição com a condenação, lia-se: «O rei dos judeus.» 
Com Ele crucificaram dois ladrões, um à sua direita e o outro à sua esquerda. 
Deste modo, cumpriu-se a passagem da Escritura que diz: Foi contado entre os malfeitores. 

Os que passavam injuriavam-no e, abanando a cabeça, diziam: «Olha o que destrói o templo e o reconstrói em três dias! 
Salva-te a ti mesmo, descendo da cruz!» 
Da mesma forma, os sumos sacerdotes e os doutores da Lei troçavam dele entre si: «Salvou os outros mas não pode salvar-se a si mesmo! 
O Messias, o Rei de Israel! Desça agora da cruz para nós vermos e acreditarmos!» Até os que estavam crucificados com Ele o injuriavam. 
Ao chegar o meio-dia, fez-se trevas por toda a terra, até às três da tarde. 
E às três da tarde, Jesus exclamou em alta voz: «Eloí, Eloí, lemá sabachtáni?», que quer dizer: Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste? 
Ao ouvi-lo, alguns que estavam ali disseram: «Está a chamar por Elias!» 
Um deles correu a embeber uma esponja em vinagre, pô-la numa cana e deu-lhe de beber, dizendo: «Esperemos, a ver se Elias vem tirá-lo dali.» 
Mas Jesus, com um grito forte, expirou. 
E o véu do templo rasgou-se em dois, de alto a baixo. 
O centurião que estava em frente dele, ao vê-lo expirar daquela maneira, disse: «Verdadeiramente este homem era Filho de Deus!» 
Também ali estavam algumas mulheres a contemplar de longe; entre elas, Maria de Magdala, Maria, mãe de Tiago Menor e de José, e Salomé, 
que o seguiam e serviam quando Ele estava na Galileia; e muitas outras que tinham subido com Ele a Jerusalém. 
Ao cair da tarde, visto ser a Preparação, isto é, véspera do sábado, 
José de Arimateia, respeitável membro do Conselho que também esperava o Reino de Deus, foi corajosamente procurar Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. 
Pilatos espantou-se por Ele já estar morto e, mandando chamar o centurião, perguntou-lhe se já tinha morrido há muito. 
Informado pelo centurião, Pilatos ordenou que o corpo fosse entregue a José. 
Este, depois de comprar um lençol, desceu o corpo da cruz e envolveu-o nele. Em seguida, depositou-o num sepulcro cavado na rocha e rolou uma pedra sobre a entrada do sepulcro. 
Maria de Magdala e Maria, mãe de José, observavam onde o depositaram. 

«Eis que o teu rei vem a ti […], humilde, montado num jumento, sobre um jumentinho, filho de uma jumenta» (Zac 9,9)

«Exulta de alegria, filha de Sião!» Mantém-te em júbilo, Igreja de Deus: «eis que o teu rei vem a ti» (Zac 9,9). Vai à sua frente, corre para contemplares a sua glória. Eis a salvação do mundo: Deus vem até à cruz, e o Desejado das nações (Ag 2,8 Vulg) faz a sua entrada em Sião. Eis que vem a luz; aclamemos com o povo: «Hossana ao Filho de David. Bendito seja o que vem em nome do Senhor!» O Senhor Deus apareceu-nos, a nós que jazíamos nas trevas e na sombra da morte (Lc 1, 79). Ele apareceu, ressurreição dos caídos, libertação dos cativos, luz dos cegos, consolação dos aflitos, repouso dos fracos, fonte dos sedentos, vingador dos perseguidos, resgate dos perdidos, união dos divididos, médico dos doentes, salvação dos dispersos.


Ontem, Cristo ressuscitou Lázaro dos mortos; hoje, avança para a morte. Ontem, arrancou Lázaro às faixas que o ligavam; hoje, estende as mãos àqueles que querem atá-Lo; hoje, pelos homens, enterra-Se nas trevas e na sombra da morte. E a Igreja está em festa. Ela inaugura a festa das festas, porque recebe a seu Rei como esposo, porque o seu Rei está no meio dela.


Instruções acerca da Adoração (1 Timóteo 2 )

2 Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens; 2 pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranqüila e pacífica, com toda a piedade e dignidade. 3 Isso é bom e agradável perante Deus, nosso Salvador, 4 que deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade.

5 Pois há um só Deus
    e um só mediador
    entre Deus e os homens:
o homem Cristo Jesus,
6 o qual se entregou a si mesmo
    como resgate por todos.
Esse foi o testemunho dado
    em seu próprio tempo.
7 Para isso fui designado pregador e apóstolo (Digo-lhes a verdade, não minto.), mestre da verdadeira fé aos gentios.

8 Quero, pois, que os homens orem em todo lugar, levantando mãos santas, sem ira e sem discussões.

9 Da mesma forma, quero que as mulheres se vistam modestamente, com decência e discrição, não se adornando com tranças e com ouro, nem com pérolas ou com roupas caras, 10 mas com boas obras, como convém a mulheres que declaram adorar a Deus.

11 A mulher deve aprender em silêncio, com toda a sujeição. 12 Não permito que a mulher ensine, nem que tenha autoridade sobre o homem. Esteja, porém, em silêncio. 13 Porque primeiro foi formado Adão, e depois Eva. 14 E Adão não foi enganado, mas sim a mulher que, tendo sido enganada, tornou-se transgressora. 15 Entretanto, a mulher será salva dando à luz filhos — se permanecerem na fé, no amor e na santidade, com bom senso.


sexta-feira, 27 de março de 2015

Evangelho comentou,«Está escrito na vossa Lei: "Eu disse: vós sois deuses"» S. João 10,31-42.


Naquele tempo, os judeus agarraram em pedras para apedrejarem Jesus.
Então Jesus disse-lhes: «Apresentei-vos muitas boas obras, da parte de meu Pai. Por qual dessas obras Me quereis apedrejar?» 
Responderam os judeus: «Não é por qualquer boa obra que Te queremos apedrejar: é por blasfémia, porque Tu, sendo homem, Te fazes Deus». 
Disse-lhes Jesus: «Não está escrito na vossa Lei: ‘Eu disse: vós sois deuses’? 
Se a Lei chama ‘deuses’ a quem a palavra de Deus se dirigia, e a Escritura não pode abolir-se 
de Mim, que o Pai consagrou e enviou ao mundo, vós dizeis: ‘Estás a blasfemar’, por Eu ter dito: ‘Sou Filho de Deus’!» 
Se não faço as obras de meu Pai, não acrediteis. 
Mas se as faço, embora não acrediteis em Mim, acreditai nas minhas obras, para reconhecerdes e saberdes que o Pai está em Mim e Eu estou no Pai». 
De novo procuraram prendê-l’O, mas Ele escapou-Se das suas mãos. 
Jesus retirou-Se novamente para além do Jordão, para o local onde anteriormente João tinha estado a batizar e lá permaneceu. 
Muitos foram ter com Ele e diziam: «É certo que João não fez nenhum milagre, mas tudo o que disse deste homem era verdade». 
E muitos ali acreditaram em Jesus. 

Evangelho comentou, 
«Está escrito na vossa Lei: "Eu disse: vós sois deuses"»

«Deus disse: façamos o homem à nossa imagem, à nossa semelhança» (Gn 1,26). Como se o Criador entrasse em Si mesmo; como se, criando, não chamasse apenas do nada à existência dizendo: «Faça-se!», mas, de uma maneira particular, tirasse o homem do mistério do seu próprio ser. E é compreensível que assim fosse, porque não se tratava somente do ser, mas da imagem. A imagem deve reflectir; deve reproduzir, em certo sentido, a substância do seu protótipo. [...] É evidente que esta semelhança não deve ser entendida como um «retrato», mas como o facto de este ser vivo ter uma vida semelhante à de Deus. [...]

Definindo o homem como «imagem de Deus», o livro do Génesis mostra aquilo pelo qual o homem é homem, aquilo pelo qual é um ser distinto de todas as outras criaturas do mundo visível. A ciência, sabemo-lo, fez e continua a fazer, nos diferentes domínios, numerosas tentativas para mostrar as ligações do homem com o mundo natural, para mostrar a sua dependência deste mundo, a fim de o inserir na história da evolução das diferentes espécies. 

Respeitando totalmente essas investigações, não nos podemos limitar a elas. Se analisarmos o homem no mais profundo do seu ser, veremos que ele é mais diferente do que semelhante ao mundo da natureza. É igualmente neste sentido que procedem a antropologia e a filosofia, quando procuram analisar e compreender a inteligência, a liberdade, a consciência e a espiritualidade do homem. O livro do Génesis parece ir à frente de todas estas experiências da ciência e, ao dizer do homem que ele é «imagem de Deus», faz-nos compreender que a resposta ao mistério da sua humanidade não deve ser procurada na sua semelhança com o mundo da natureza. O homem assemelha-se mais a Deus que à natureza. É neste sentido que o salmo diz: «Vós sois deuses!» (Sl 82,6), palavras que Jesus retomará.


Livro de Salmos 18(17),2-3a.3bc-4.5-6.7.


Eu Vos amo, Senhor, minha força, 
minha fortaleza, meu refúgio e meu libertador. 


Meu Deus, auxílio em que ponho a minha confiança, 
sois meu protetor, minha defesa e meu salvador. 
Invoquei o Senhor — louvado seja Ele — 

e fiquei salvo de meus inimigos. 
Cercaram-me as ondas da morte 
e encheram-me de terror as torrentes malignas; 

envolveram-me em laços funestos 
e a morte prendeu-me em suas redes. 
Na minha aflição invoquei o Senhor 

e clamei pelo meu Deus. 
Do seu templo Ele ouviu a minha voz 
e o meu clamor chegou aos seus ouvidos. 


quinta-feira, 26 de março de 2015

Evangelho comentou, «Abraão exultou pensando em ver o meu dia; viu-o e ficou feliz»,segundo S. João 8,51-59.

Naquele tempo, disse Jesus aos judeus: «Em verdade, em verdade vos digo: Se alguém guardar a minha palavra, nunca verá a morte». 
Responderam-Lhe os judeus: «Agora sabemos que tens o demónio. Abraão morreu, os profetas também, mas Tu dizes: ‘Se alguém guardar a minha palavra, nunca sofrerá a morte’. 
Serás Tu maior do que o nosso pai Abraão, que morreu? E os profetas também morreram. Quem pretendes ser?» 
Disse-lhes Jesus: «Se Eu Me glorificar a Mim próprio, a minha glória não vale nada. Quem Me glorifica é meu Pai, Aquele de quem dizeis: ‘É o nosso Deus’. 
Vós não O conheceis, mas Eu conheço-O; e se dissesse que não O conhecia, seria mentiroso como vós. Mas Eu conheço-O e guardo a sua palavra. 
Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu dia; ele viu-o e exultou de alegria». 
Disseram-Lhe então os judeus: «Ainda não tens cinquenta anos e viste Abraão?!» 
Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Antes de Abraão existir, ‘Eu sou’». 
Então agarraram em pedras para apedrejarem Jesus, mas Ele ocultou-Se e saiu do templo. 

Evangelho comentou, 
«Abraão exultou pensando em ver o meu dia; viu-o e ficou feliz»

«Abraão, vosso pai, exultou pensando em ver o meu dia; viu-o e ficou feliz.» Que quer isto dizer? «Abraão acreditou em Deus e isso foi-lhe atribuído à conta de justiça» (Gn 15,6; Rom 4,3). Em primeiro lugar acreditou que Ele era o criador do céu e da terra, o Deus único; depois, que Ele tornaria a sua posteridade semelhante às estrelas do céu (Gn 15,5). Paulo também o diz: «como astros no mundo» (Fil 2,15). Portanto, foi a justo título que, deixando toda a sua parentela neste mundo, ele seguiu a Palavra de Deus, tornando-se estrangeiro com o Verbo, a fim de se tornar cidadão com o Verbo, o Filho de Deus (cf Ef 2,19). Foi também a título de justiça que os apóstolos, descendentes de Abraão, deixaram o barco e o seu pai e seguiram o Verbo (Mt 4,22). E é a justo título que nós, que temos a mesma fé de Abraão, tomando a nossa cruz tal como Isaac levou a lenha, seguimos este mesmo Verbo (Gn 22,6; Mt 16,24). 

Porque em Abraão, o homem já tinha aprendido e já se tinha acostumado a seguir o Verbo de Deus. Na sua fé, com efeito, Abraão observou o mandamento da Palavra de Deus e não hesitou em entregar «o seu único e amado filho» em sacrifício a Deus (Gn 22,2), a fim de que Deus também aceitasse, em favor da toda a sua posteridade, entregar o seu bem-amado Filho único em sacrifício pela nossa redenção (Rom 8,32).

E como Abraão foi profeta e viu no Espírito o dia da vinda do Senhor e o desígnio da sua Paixão, quer dizer, a salvação para si mesmo e para todos aqueles que, como ele, cressem em Deus, estremeceu com grande alegria. O Senhor Jesus Cristo não era, portanto, desconhecido de Abraão, visto que este desejou ver o seu dia. E foi assim que, instruído pelo Verbo, Abraão também conheceu o Pai do Senhor e acreditou nele. […] Por isso disse: «Ergo a minha mão para o Senhor, o Deus Altíssimo que criou os céus e a terra» (Gn 14,22).


quarta-feira, 25 de março de 2015

ANUNCIAÇÃO DO SENHOR, solenidad, Livro de Isaías 7,10-14.8,10b.


Naqueles dias, o Senhor mandou ao rei Acaz a seguinte mensagem:
«Pede um sinal ao Senhor teu Deus, quer nas profundezas do abismo, quer lá em cima nas alturas». 
Acaz respondeu: «Não pedirei, não porei o Senhor à prova». 
Então Isaías disse: «Escutai, casa de David: Não vos basta que andeis a molestar os homens para quererdes também molestar o meu Deus? 
Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: a virgem conceberá e dará à luz um filho e o seu nome será ‘Emanuel’, 
porque Deus está connosco». 



Livro de Salmos 40(39),7-8a.8b-9.10.11. 

Não Vos agradaram sacrifícios nem oblações, 
mas abristes-me os ouvidos; 
não pedistes holocaustos nem expiações, 
então clamei: «Aqui estou. 

De mim está escrito no livro da Lei 
que faça a vossa vontade. 
Assim o quero, ó meu Deus, 
a vossa lei está no meu coração». 

Proclamei a justiça na grande assembleia, 
não fechei os meus lábios, Senhor, bem o sabeis. 
Não escondi a vossa justiça no fundo do coração, 
proclamei a vossa fidelidade e salvação. 

Não ocultei a vossa bondade e fidelidade 
no meio da grande assembleia. 


Salmo 40(39),7-8.9.10.11.

Não Vos agradaram sacrifícios nem oblações, 
mas abristes-me os ouvidos; 
não pedistes holocaustos nem expiações, 
então clamei: «Aqui estou. 

De mim está escrito no livro da Lei 
que faça a vossa vontade. 
Assim o quero, ó meu Deus, 
a vossa lei está no meu coração». 

Proclamei a justiça na grande assembleia, 
não fechei os meus lábios, Senhor, bem o sabeis. 
Não escondi a vossa justiça no fundo do coração, 
proclamei a vossa fidelidade e salvação. 

Não ocultei a vossa bondade e fidelidade 
no meio da grande assembleia.


terça-feira, 24 de março de 2015

Evangelho comentou, Quando tiverdes erguido ao alto o Filho do Homem, então ficareis a saber que Eu sou (S. João 8,21-30.)

Evangelho segundo S. João 8,21-30. 
Naquele tempo, disse Jesus aos fariseus: «Eu vou partir. Haveis de procurar-Me e morrereis no vosso pecado. Vós não podeis ir para onde Eu vou». 
Diziam então os judeus: «Irá Ele matar-Se? Será por isso que Ele afirma: ‘Vós não podeis ir para onde Eu vou’?» 
Mas Jesus continuou, dizendo: «Vós sois cá de baixo, Eu sou lá de cima; vós sois deste mundo, Eu não sou deste mundo. 
Ora Eu disse-vos que morrereis nos vossos pecados, porque, se não acreditardes que ‘Eu sou’, morrereis nos vossos pecados». 
Então perguntaram-Lhe: «Quem és Tu?» Respondeu-lhes Jesus: «Absolutamente aquilo que vos digo. 
Tenho muito que dizer e julgar a respeito de vós. Mas Aquele que Me enviou é verdadeiro e Eu comunico ao mundo o que Lhe ouvi». 
Eles não compreenderam que lhes falava do Pai. 
Disse-lhes então Jesus: «Quando levantardes o Filho do homem, então sabereis que ‘Eu sou’ e que por Mim nada faço, mas falo como o Pai Me ensinou. 
Aquele que Me enviou está comigo: não Me deixou só, porque Eu faço sempre o que é do seu agrado». 
Enquanto Jesus dizia estas palavras, muitos acreditaram n’Ele. 


Evangelho comentou, 
«Quando tiverdes erguido ao alto o Filho do Homem, então ficareis a saber que Eu sou»

Alguém poderia perguntar: se Cristo vinha entregar o seu corpo à morte por todos, porque não o fez simplesmente como um homem, porque foi a ponto de o fazer crucificar? Poder-se-ia dizer que era mais conveniente para Ele abandonar o seu corpo com dignidade, do que sofrer o ultraje de tal morte. Mas trata-se de uma objecção demasiado humana; ora, o que aconteceu ao Salvador é verdadeiramente divino e digno da sua divindade por várias razões.

Primeiro, porque a morte que acontece aos homens chega-lhes por causa da fraqueza da sua natureza; não podendo durar muito tempo, eles vão-se desintegrando: contraem doenças e, tendo perdido as suas forças, morrem. Mas o Senhor não é fraco; Ele é o Poder de Deus, Ele é a Palavra de Deus e a própria Vida. Se tivesse abandonado o seu corpo em privado, numa cama, à maneira dos homens, pensaríamos […] que não tinha nada a mais que os outros homens. […] Não convinha que o Senhor estivesse doente, Ele que curava as doenças dos outros. […]

Mas então, porque não descartou Ele a morte como descartou a doença? Porque tinha um corpo precisamente para isso, e para não estorvar a ressurreição. […] Mas, poderá alguém dizer, Ele devia ter evitado as intrigas dos seus inimigos, para manter o seu corpo completamente imortal. Mas também isso não era adequado ao Senhor. Tal como não era digno da Palavra de Deus, que era a Vida, dar a morte ao seu corpo por sua própria iniciativa, também não Lhe convinha fugir da morte dada por outros. […] Tal atitude não era uma fraqueza do Verbo; antes, dava-O a conhecer como Salvador e como Vida. […] O Salvador não veio extinguir a sua própria morte, mas a dos homens.






Livro de Números 21,4-9.

Naqueles dias, os filhos de Israel partiram do monte Hor para o Mar Vermelho, contornando a terra de Edom. No caminho o povo impacientou-se 
e falou contra Deus e contra Moisés: «Porque nos fizeste sair do Egipto, para morrermos neste deserto? Aqui não há pão nem água e já nos causa fastio este alimento miserável». 
Então o Senhor mandou contra o povo serpentes venenosas que mordiam nas pessoas e morreu muita gente de Israel. 
O povo dirigiu-se a Moisés, dizendo: «Pecámos, ao falar contra o Senhor e contra ti. Intercede junto do Senhor, para que afaste de nós as serpentes». E Moisés intercedeu pelo povo. 
Então o Senhor disse a Moisés: «Faz uma serpente de bronze e coloca-a sobre um poste. Todo aquele que for mordido e olhar para ela ficará curado». 
Moisés fez uma serpente de bronze e fixou-a num poste. Quando alguém era mordido por uma serpente, olhava para a serpente de bronze e ficava curado. 



Livro de Salmos 102(101),2-3.16-18.19-21. 

Ouvi, Senhor, a minha oração 
e chegue até Vós o meu clamor. 
Não escondais o vosso rosto 
no dia da minha aflição. 
Inclinai para mim o vosso ouvido; 
no dia em que chamar por Vós 

respondei-me sem demora. 
Os povos temerão, Senhor, o vosso nome, 
todos os reis da terra a vossa glória. 
Quando o Senhor reconstruir Sião 
e manifestar a sua glória, 
atenderá a súplica do infeliz 

e não desprezará a sua oração. 
Escreva-se tudo isto para as gerações vindouras 
e o povo que se há-de formar louvará o Senhor. 
Debruçou-Se do alto da sua morada, 
lá do Céu o Senhor olhou para a terra, 
para ouvir os gemidos dos cativos, 
para libertar os condenados à morte. 


Livro de Salmos 102(101),2-3.16-18.19-21.


Ouvi, Senhor, a minha oração 
e chegue até Vós o meu clamor. 
Não escondais o vosso rosto 
no dia da minha aflição. 
Inclinai para mim o vosso ouvido; 
no dia em que chamar por Vós 

respondei-me sem demora. 
Os povos temerão, Senhor, o vosso nome, 
todos os reis da terra a vossa glória. 
Quando o Senhor reconstruir Sião 
e manifestar a sua glória, 
atenderá a súplica do infeliz 

e não desprezará a sua oração. 
Escreva-se tudo isto para as gerações vindouras 
e o povo que se há-de formar louvará o Senhor. 
Debruçou-Se do alto da sua morada, 
lá do Céu o Senhor olhou para a terra, 
para ouvir os gemidos dos cativos, 
para libertar os condenados à morte. 


segunda-feira, 23 de março de 2015

Evangelho comentou, Evangelho segundo S. João 8,1-11.

 Naquele tempo, Jesus foi para o Monte das Oliveiras.
Mas de manhã cedo, apareceu outra vez no templo e todo o povo se aproximou d’Ele. Então sentou-Se e começou a ensinar.
Os escribas e os fariseus apresentaram a Jesus uma mulher surpreendida em adultério, colocaram-na no meio dos presentes e disseram a Jesus:
«Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério.
Na Lei, Moisés mandou-nos apedrejar tais mulheres. Tu que dizes?».
Falavam assim para Lhe armarem uma cilada e terem pretexto para O acusar. Mas Jesus inclinou-Se e começou a escrever com o dedo no chão.
Como persistiam em interrogá-l’O, Ele ergueu-Se e disse-lhes: «Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra».
Inclinou-Se novamente e continuou a escrever no chão.
Eles, porém, quando ouviram tais palavras, foram saindo um após outro, a começar pelos mais velhos, e ficou só Jesus e a mulher, que estava no meio.
Jesus ergueu-Se e disse-lhe: «Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?».
Ela respondeu: «Ninguém, Senhor». Jesus acrescentou: «Também Eu não te condeno. Vai e não tornes a pecar».



Evangelho comentou,
«Também Eu não te condeno. Vai e de agora em diante não tornes a pecar.»


«Foram saindo um a um.» Ficaram apenas dois, a miserável e a Misericórdia. Mas o Senhor, depois de os ter atingido com o traço da justiça, não quis assistir à sua queda; desviou deles o olhar e, «inclinando-Se para o chão, pôs-Se a escrever com o dedo na terra».

Tendo a mulher ficado sozinha, depois de todos terem partido Ele ergueu os olhos para ela. Ouvimos a voz da justiça, ouçamos também a da bondade. […] A mulher esperava ser punida por Aquele em quem não se podia encontrar pecado. Mas Ele, que havia afastado os seus inimigos com a voz da justiça, erguendo para ela os olhos da misericórdia, interrogou-a: «Ninguém te condenou?» Ela respondeu: «Ninguém, Senhor.» Ele disse-lhe: «Também Eu não te condenarei. Temeste ser condenada por Mim porque não encontraste pecado em Mim; mas Eu também não te condenarei.»

Como, Senhor? Então Tu favoreces os pecados? Não, é justamente o contrário. Repara no que se segue: «Vai e de agora em diante não tornes a pecar.» O Senhor condenou, portanto, mas foi o pecado que Ele condenou, não o pecador. […] Tenham pois atenção os que amam a bondade do Senhor, e temam a sua verdade. […] O Senhor é bom, o Senhor é lento na ira, o Senhor é misericordioso, mas o Senhor também é justo e o Senhor é cheio de verdade (Sl 85,15). Ele concede-te tempo para que te corrijas, mas tu preferes gozar esse adiamento a reformar-te. Pois bem, se ontem foste mau, sê bom hoje; se passaste este dia no mal, ao menos amanhã muda a tua conduta.

É portanto este o sentido destas palavras que Ele dirige a esta mulher: «Também Eu não te condenarei, mas, estando assegurada para o passado, tem cautela no futuro. Também Eu não te condenarei, apaguei o mal que cometeste; tu, observa o que prescrevi para obteres o que prometi.


terça-feira, 17 de março de 2015

Evangelho comentou, «A água que lhe der, tornar-se-á nele uma fonte de água jorrando para a vida eterna» (Jo 4,14) Evangelho segundo S. João 5,1-16.


Naquele tempo, por ocasião de uma festa dos judeus, Jesus subiu a Jerusalém. 
Existe em Jerusalém, junto à porta das ovelhas, uma piscina, chamada, em hebraico, Betsatá, que tem cinco pórticos. 
e neles jaziam numerosos doentes, cegos, coxos e paralíticos. 

Estava ali também um homem, enfermo havia trinta e oito anos. 
Ao vê-lo deitado e sabendo que estava assim há muito tempo, Jesus perguntou-lhe: «Queres ser curado?» 
O enfermo respondeu-Lhe: «Senhor, não tenho ninguém que me introduza na piscina, quando a água é agitada; enquanto eu vou, outro desce antes de mim». 
Disse-lhe Jesus: «Levanta-te, toma a tua enxerga e anda». 
No mesmo instante o homem ficou são, tomou a sua enxerga e começou a caminhar. Ora aquele dia era sábado. 
Diziam os judeus àquele que tinha sido curado: «Hoje é sábado: não podes levar a tua enxerga». 
Mas ele respondeu-lhes: «Aquele que me curou disse-me: ‘Toma a tua enxerga e anda’». 
Perguntaram-lhe então: «Quem é que te disse: ‘Toma a tua enxerga e anda’». 
Mas o homem que tinha sido curado não sabia quem era, porque Jesus tinha-Se afastado da multidão que estava naquele local. 
Mais tarde, Jesus encontrou-o no templo e disse-lhe: «Agora estás são. Não voltes a pecar, para que não te suceda coisa pior». 
O homem foi então dizer aos judeus que era Jesus quem o tinha curado. 
Desde então os judeus começaram a perseguir Jesus, por fazer isto num dia de sábado. 

Evangelho comentou, 
«A água que lhe der, tornar-se-á nele uma fonte de água  jorrando para a vida eterna» (Jo 4,14)

O Senhor deu-se a conhecer melhor. Ele empenhou-se em fazer compreender melhor os dons da Sua Graça. Ele mandou-nos louvar o Seu nome; os nossos espíritos cantam o Seu Espírito Santo. Pois um ribeiro jorrou e tornou-se uma grande e poderosa torrente (Ez 47,1s). Ela inundou e fendeu o universo e transportou-o para o Templo. Os obstáculos dos homens não conseguiram detê-la, nem mesmo os artifícios dos construtores de diques, pois ela veio sobre toda a terra e encheu-a completamente.
Beberam todos os sequiosos da terra e a sua sede foi saciada, pois o Altíssimo dessedentou os seus. Felizes os servidores a quem Ele confiou as Suas águas; eles puderam acalmar nelas os seus lábios ressequidos e restabelecer a sua vontade paralisada. As almas moribundas foram arrancadas à morte; os membros esgotados foram reerguidos e estão de pé. Têm a força nos seus passos e a luz nos seus olhos. Todos os conheceram no Senhor; eles vivem através da água viva para a eternidade.



As águas corriam da parte inferior, do lado direito do templo, ao sul do altar. Ezequiel 47,1-9.12.

Naqueles dias, o Anjo reconduziu-me à entrada do templo. Debaixo do limiar da porta saía água, em direção ao Oriente, pois a fachada do templo estava voltada para o Oriente. As águas corriam da parte inferior, do lado direito do templo, ao sul do altar. 
O Anjo fez-me sair pela porta setentrional e contornar o templo por fora, até à porta exterior, que está voltada para o Oriente. As águas corriam do lado direito. 
Depois saiu na direção do Oriente com uma corda na mão; mediu mil côvados e mandou-me atravessar: a água chegava-me aos tornozelos. 
Mediu outros mil côvados e mandou-me atravessar: a água chegava-me aos joelhos. Mediu ainda mil côvados e mandou-me atravessar: a água chegava-me à cintura. 
Por fim, mediu mais mil côvados: era uma torrente que eu não podia atravessar. As águas tinham aumentado até se perder o pé, formando um rio impossível de transpor. 
Disse-me então o Anjo: «Viste, filho do homem?» E fez-me voltar para a margem da torrente. 
Quando cheguei, vi nas margens da torrente uma grande quantidade de árvores, de um e outro lado. 
O Anjo disse-me: «Esta água corre para a região oriental, desce até Arabá e entra no mar, para que as suas águas se tornem salubres. 
Em toda a parte aonde chegar esta torrente, todo o ser vivo que nela se move terá novo alento e o peixe será muito abundante. Porque aonde esta água chegar, tornar-se-ão sãs as outras águas e haverá vida por toda a parte aonde chegar esta torrente. 
À beira da torrente, nas duas margens, crescerá toda a espécie de árvores de fruto: a sua folhagem não murchará, nem acabarão os seus frutos. Todos os meses darão frutos novos, porque as águas vêm do santuário. Os frutos servirão de alimento e as folhas de remédio». 



Livro de Salmos 46(45),2-3.5-6.8-9. 

Deus é o nosso refúgio e a nossa força, 
auxílio sempre pronto na adversidade. 
Por isso nada receamos, ainda que a terra vacile 
e os montes se precipitem no fundo do mar. 

Os braços dum rio alegram a cidade de Deus, 
a mais santa das moradas do Altíssimo. 
Deus está no meio dela e a torna inabalável, 
Deus a protege desde o romper da aurora. 

O Senhor dos Exércitos está connosco, 
o Deus de Jacob é a nossa fortaleza. 
Vinde e contemplai as obras do Senhor, 
as maravilhas que realizou na terra. 


Salmo 46(45), 2-3


Salmo 23

Salmo 23
Salmo davídico.

 O Senhor é o meu pastor; de nada terei falta.
 Em verdes pastagens me faz repousar
    e me conduz a águas tranqüilas;
 restaura-me o vigor.
Guia-me nas veredas da justiça
    por amor do seu nome.
 Mesmo quando eu andar
    por um vale de trevas e morte,
não temerei perigo algum, pois tu estás comigo;
    a tua vara e o teu cajado me protegem.
 Preparas um banquete para mim
    à vista dos meus inimigos.
Tu me honras,
    ungindo a minha cabeça com óleo
    e fazendo transbordar o meu cálice.
 Sei que a bondade e a fidelidade
    me acompanharão todos os dias da minha vida,
e voltarei à casa do Senhor enquanto eu viver.